Reforma do Imposto de Renda deve aliviar bolsos de quem ganha até R$ 7.350
Projeto aprovado em regime de urgência na Câmara prevê isenção total até R$ 5 mil e desconto gradual até R$ 7.350 mensais; medida pode beneficiar até 20 milhões de contribuintes.
Por RedaçãoPublicado em 07/09/2025 15:18 - Atualizado em 07/09/2025 21:21
A Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade o regime de urgência para o Projeto de Lei 1.087/2025, que altera o Imposto de Renda da Pessoa Física a partir de 2026. A proposta prevê isenção total do IR para quem recebe até R$ 5 mil mensais e redução gradual para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350.
Segundo o setor contábil, quem ganha R$ 5 mil mensais terá uma redução de cerca de R$ 313 no imposto de renda retido por mês, totalizando uma economia anual de aproximadamente R$ 4.067 — quase um salário extra com décimo terceiro incluído. Para quem recebe R$ 4 mil, a economia anual será cerca de 37% maior.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A mudança no projeto ampliou a faixa de beneficiados, elevando o limite para redução parcial do IR de R$ 7 mil para R$ 7.350, o que pode incluir cerca de 500 mil contribuintes a mais, segundo o relator Arthur Lira.
Um estudo do Dieese indica que a medida pode dobrar o número de trabalhadores isentos do IR, de 10 milhões para até 20 milhões, e beneficiar parcialmente até 16 milhões de pessoas.
Para compensar a queda na arrecadação, o projeto prevê uma alíquota extra progressiva de até 10% para rendas acima de R$ 600 mil anuais, atingindo o máximo para ganhos acima de R$ 1,2 milhão. Também inclui tributação de 10% sobre dividendos enviados ao exterior (com exceções) e destinação de parte da arrecadação adicional a estados, municípios e ao novo tributo CBS.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, destacou que a aprovação do regime de urgência abre caminho para que o projeto seja votado diretamente no plenário nas próximas semanas. Se o texto for aprovado, seguirá para análise no Senado.
Em paralelo, a nova tabela do IR em vigor desde maio de 2025 (prevendo isenção até R$ 3.036) permanece valendo, mas, se aprovada, a reforma levará a ampliação da isenção para salários até R$ 5 mil e redução parcial até R$ 7.350 – uma mudança significativa na tributação sobre a renda do trabalhador