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Relator defende que STF se abstenha de julgar marco temporal após votação na Câmara
Para deputado, "o país não pode viver num limbo de insegurança”. O marco temporal prevê 390 hectares de terra para cada índio no Brasil.
O relator da proposta que estabelece o marco temporal para a demarcação de terras indígenas (PL 490/07), deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), disse esperar que o Supremo Tribunal Federal paralise o julgamento sobre o tema. Segundo ele, a votação do marco temporal (prevista para hoje na Câmara dos Deputados) vai garantir segurança jurídica para os proprietários rurais, inclusive para os pequenos agricultores.
O julgamento sobre o assunto no STF foi suspenso em setembro de 2021, com um voto favorável e outro contrário ao marco temporal, e a retomada está marcada para o próximo dia 7. A suspensão foi motivada por um pedido de vista feito pelo ministro Alexandre de Moraes.
Oliveira Maia destacou ainda que, sem o marco temporal, o País teria 1,5 milhão a mais de desempregados e uma perda significativa das exportações.
“Cada índio atualmente tem direito a 390 hectares. Caso não prevaleça a nossa vitória do PL 490 e se acabe com o marco temporal, teríamos a demarcação de mais do dobro da quantidade de terras indígenas já demarcado, e cada índio teria 790 hectares de terra”, disse o parlamentar.
De acordo com o relator, a Câmara vai avançar no texto porque "o país não pode viver num limbo de insegurança”. Ele disse que o projeto se apoiou na decisão do próprio Supremo quando decidiu sobre a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.
A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) afirmou que o PL 490 não é um atentado contra os direitos indígenas. Segundo ela, a Constituição garantiu o direito à terra dos povos indígenas. “Estamos discutindo o futuro da nação. Querem criar guerras de narrativas para subjugar um povo para viver eternamente em 1500”, disse a parlamentar.