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Relatos e memórias confirmam relevância cultural do Belas Artes

Documentário que será lançado em 2023 retratando a história da escola já passou pela etapa de pesquisa histórica e atualmente está na fase de pré-entrevistas com personagens

Por Najaska Martins Publicado em 07/11/2022 08:55 - Atualizado em 03/06/2024 11:31

Transformação, aprendizado e resistência: essas são algumas das palavras-chave que resumem relatos de quem teve sua história atravessada pelo período em que passou pelo Belas Artes de Erechim, escola que é foco de um documentário que está sendo produzido para ser lançado em 2023. O local deixou marcas que ainda hoje permeiam a vida até mesmo de quem não seguiu carreira na área cultural. Essa é a percepção do diretor-geral da obra e roteirista, Patrick Menegazzo; e da diretora de arte, Cléo De Páris, que atualmente estão na fase de pré-entrevistas com pessoas que passaram pelo local, que recentemente ganhou status de Centro Cultural, Técnico e Profissional.

Equipe do Documentário junto com o diretor do Belas Artes, Juliano dos Santos.

Intitulado Belas Artes: Ontem, hoje e sempre, o documentário busca não apenas relembrar, mas também registrar a história do espaço, que foi criado na década de 1960 em Erechim, mas que ainda hoje tem como essência explorar e incentivar a cultura nas suas mais diferentes representações. Os relatos que vêm sendo conhecidos pelos diretores são fundamentais para entender a relevância da escola. Essas memórias serão o fio condutor da obra, que busca se basear justamente em lembranças de quem passou pelo Belas para, então, retratar sua importância enquanto local de formação e difusão da cultura.

O diretor-geral e roteirista pontua que é por meio desse processo de conversar com quem já passou pelo Belas Artes, que o documentário vai ganhando forma. “Os relatos têm sido extremamente positivos e nos fazem perceber o quanto o Belas é uma referência na área cultural não apenas de Erechim, mas de toda a região. E vai além disso, porque profissionais que por ali passaram reconhecem o diferencial que a experiência vivida na Escola proporciona em suas carreiras, até mesmo nos casos de pessoas que não seguiram nessa área da cultura. Tem sido surpreendente ouvir essas histórias”, afirma Patrick Menegazzo, que também estudou no Belas Artes.

Outro ponto comum entre os relatos, segundo a diretora de arte, Cléo De Páris, é a visão do Belas Artes enquanto espaço de formação, mas principalmente, de resistência da cultura. Atriz e ex-aluna da escola, ela diz ter se emocionado com as histórias que vem acompanhando para a produção do documentário. “São relatos muito bonitos, que demonstram a confiança e a gratidão de quem estudou no Belas Artes. E também, porque eles refletem uma posição do Belas enquanto local de resistência da cultura. A gente percebe isso quando se fala nos desafios para que essa história continue, mas também no cuidado com que professores têm em ensinar, em incentivar e até mesmo na manutenção do patrimônio, que segue sendo preservado”, destaca.

Cléo De Páris, Liliane Tramontini, professora de piano e ex-diretora do Belas Artes; e Patrick Menegazzo

Para chegar até esses relatos, uma das fases de produção do documentário envolveu a pesquisa histórica, realizada pelo historiador André Ribeiro. Por meio dos resultados encontrados, ele afirma ser nítido o quanto o Belas despertou algo positivo na vida das pessoas que passaram pela escola, tanto no que diz respeito à formação cidadã, mas também no aspecto artístico-cultural, tendo formado inclusive pessoas que alçaram carreira nacional no meio artístico. “No entanto, chamou a atenção a dificuldade de encontrar fontes. Há poucas produções acadêmicas, não há nenhum livro sobre a escola, e também poucas fontes na imprensa”, afirma o pesquisador que atribui isso ao fato de Erechim já contar com alguns conservatórios mais tradicionais no município na época de instalação do Belas Artes, o que talvez tenha gerado conflitos de interesses para divulgação nos meios de comunicação.

Passada essa etapa de pesquisa histórica e pré-entrevistas, que ocorre paralelamente à construção do roteiro, em breve o documentário entrará na fase de elaboração do plano de filmagens. O projeto “Belas Artes: ontem, hoje e sempre” conta com o patrocínio das empresas: Cavaletti, Cercena, Ervateira Cristalina, Perfil e Sementes Estrela. Apoio Sicredi UniEstados, Movie Arte Cinemas e URI Erechim. O financiamento é do Pró-Cultura RS Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Após a conclusão da obra, para além do registro, que servirá inclusive de referência para pesquisas futuras, o material também chegará à comunidade erechinense por meio do cinema. Está prevista a exibição do documentário Belas Artes: Ontem, hoje e sempre em três sessões gratuitas no Cine Master, em março de 2023, além da distribuição de DVDs em escolas, bibliotecas, entre outros espaços culturais.

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