Segurança

Rio Grande do Sul consolida menor taxa de homicídios por 100 mil habitantes desde 2010

Os dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública mostram ainda que, em 2020, 117 municípios tiveram alguma redução no total de vítimas de homicídios na comparação com o ano anterior.

Por O Sul Publicado em 14/01/2021 11:12 - Atualizado em 03/06/2024 09:44

Depois de alcançar em 2019 os mais baixos índices de criminalidade da década, o governo do Rio Grande do Sul, conforme divulgou nesta quinta-feira (14), consolidou no ano passado a menor taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes desde 2010.

Mas os resultado dos dois anos do programa RS Seguro não param por aí. Outros índices inéditos dos últimos anos foram atingidos, o que foi comemorado pelo governador Eduardo Leite:

“Se falássemos há dois anos em reduzir pela metade os homicídios em Porto Alegre, achariam que estaríamos sendo ousados demais. Se falássemos em reduzir pela metade o roubo de veículos no RS, poucos talvez acreditariam. Se falássemos em reduzir em 74% os roubos a banco no nosso Estado, provavelmente, diriam que nós não estaríamos trabalhando com a verdade ou com seriedade. Mas é exatamente isso que aconteceu. Uma redução muito forte de indicadores de criminalidade e isso reflete diretamente na qualidade de vida e no desenvolvimento do nosso Estado. Um Estado com segurança é onde se deseja viver e investir, o que gera um efeito cascata positivo pela confiança. Por isso, o nosso reconhecimento a todo os agentes da nossa Segurança Púbica e ao trabalho integrado e coordenado pelo RS Seguro”, afirmou o governador.
Vice-governador Ranolfo Vieira Júnior (E) e o governador Eduardo Leite durante a videocoletiva nesta quinta-feira Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Ao final de dezembro, o acumulado de vítimas de assassinato no ano foi de 1.694, 6,5% menos do que as 1.811 de 2019 e o menor total de 2007. Com o resultado, considerando a mais recente estimativa de população do RS segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa caiu para 14,8 mortes a cada 100 mil habitantes – abaixo de 15 pela primeira vez em 11 anos. Comparado ao pior momento já vivido no Estado, em 2017, quando a taxa chegou a 26,4 homicídios por 100 mil habitantes, o dado atual equivale à queda de 44%.

“A maneira de aferir segurança pública em todo o mundo é através da taxa de homicídio. Ao conquistarmos essa redução inédita, depois de alguns anos muito difíceis, é um indicativo de que o nosso programa RS Seguro está dando certo”, celebrou o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior.

Os dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública mostram ainda que, em 2020, 117 municípios tiveram alguma redução no total de vítimas de homicídios na comparação com o ano anterior. Outros 248 registraram estabilidade e 132 fecharam com alguma alta, mas em 67 desses houve apenas um caso a mais. Quase 60% (269) das 497 cidades do Rio Grande do Sul não tiveram nenhum assassinato entre janeiro e dezembro.

Em relação aos 2.368 óbitos de 2018, último ano antes da implantação do Programa RS Seguro, o total de homicídios em 2020 marca redução de 28,5%. Frente ao pico do indicador, registrado em 2017 com 2.990 vítimas, a queda chega a 43,3%. O cenário de queda nos assassinatos se repete entre os latrocínios e os feminicídios. Juntos, esses três crimes representaram no primeiro biênio do atual governo a preservação de 1.343 vidas. No primeiro ano, foram 600 mortes a menos. No segundo, o saldo frente a 2018 foi ainda maior, 743 óbitos violentos a menos.

“A vida humana é o bem principal. Se o RS Seguro conseguiu preservar mais de 1,3 mil vidas em dois anos, é porque todo o trabalho de integração das foças policiais está dando certo e o planejamento estratégico baseado em dados objetivos foi acertado. Os dados falam por si”, acrescentou Ranolfo.

Com foco territorial que prioriza ações onde o crime mais acontece, o RS Seguro foi implantado inicialmente com a priorização dos 18 municípios que concentravam o maior volume de ocorrências nos últimos 10 anos. O programa foi atualizado a partir dos resultados de 2019, de forma a refletir o cenário mais recente da criminalidade no Estado.

Hoje, são 23 as cidades priorizadas. No ranking das 10 maiores reduções de homicídios em 2020 frente ao ano anterior, todas ocorreram em municípios que integram o grupo. A redução nos homicídios é ainda mais relevante diante do contexto da pandemia da Covid-19. Ao contrário dos crimes patrimoniais, a ocorrência de assassinatos não sofre influência positiva das medidas de distanciamento social.

Com cerca de 80% das mortes ligadas ao tráfico, a expectativa era, inclusive, de possível aumento, em razão do encolhimento no mercado ilegal de entorpecentes pela menor circulação de pessoas. Mas a manutenção integral e ininterrupta do trabalho das forças de segurança assegurou a queda.

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