UM MONARCA DA MÚSICA GAÚCHA

Rio Grande do Sul se despede de Gildinho, um de seus grandes artistas

O artista lutava contra o câncer havia duas décadas. Gildinho estava internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, desde 20 de novembro e morreu neste sábado, 11.

Por Redação AU Publicado em 11/01/2025 20:35 - Atualizado em 11/01/2025 23:18

O Rio Grande do Sul perdeu neste sábado (11) um dos principais nomes do nativismo gaúcho. O cantor, gaiteiro e compositor Gildinho morreu no fim da tarde desse sábado (22), aos 83 anos, vítima de câncer.

Nésio Alves Corrêa – seu nome de batismo – era natural de Soledade (Noroeste gaúcho) e crescido em Erechim. Ele lutava contra a doença havia duas décadas. Ele recebeu inicialmente um diagnóstico de tumor de tireoide, que ao longo dos anos teria períodos de recidiva e remissão, até ser internado em novembro passado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, com dores e hemorragia. O câncer havia retornado, na forma de metástases. Gildinho deixa duas filhas.

Ele se notabilizou como cofundador do grupo Os Monarcas, em atividade desde 1974.

O protagonismo cultural de Gildinho motivou uma série de reconhecimentos oficiais ao longo da carreira, incluindo quatro troféus Açorianos (promovido pela Secretaria Municipal da Cultura da Capital), um prêmio Sharp (de abrangência nacional) e a Medalha do Mérito Farroupilha, concedida pela Assembleia Legislativa. Também foi patrono da Semana Farroupilha.

Trajetória


Os Monarcas surgiram em 1974. Antes, Gildinho e o irmão Chiquito (Francisco Desidério Alves Correa) atuavam como dupla em Erechim e região desde 1967, animando pequenos bailes na região e apresentando na Rádio Erechim o programa diário “Assim Canta o Rio Grande”.

Em 1969 veio o primeiro disco, 0 compacto duplo “Os Trovadores do Sul”, de pouca repercussão. O segundo álbum, “Galpão em Festa”, seria lançado só em 1974. Nesse mesmo ano, os manos se uniram aos músicos João Argenir dos Santos (guitarra), Luiz Carlos Lanfredi (contrabaixo) e Nelson Falkembach (bateria), criando Os Monarcas.

A dupla se mantinha ativa, em paralelo ao conjunto, e ainda gravaria um terceiro disco, em 1976. O sucesso dos Monarcas também motivaria o quinteto a entrar em estúdio, estreando no mercado fonográfico com o LP “O Valentão Bombachudo”, em 1978. Dali em diante, com mudanças em sua formação, teria mais 26 títulos, consolidando-se como um dos principais e mais populares nomes da música nativista. Gildinho também lançou discos como artista solo, atualmente disponíveis em plataformas digitais de música como o Spotify.

Nas redes sociais do grupo, foi publicada uma nota oficial com um resumo da história do artista:

* NOTA OFICIAL - OS MONARCAS***
É com grande pesar que informamos o falecimento de nosso fundador NÉSIO ALVES CORRÊA, GILDINHO como foi imortalizado à frente do Conjunto Os Monarcas. Fica a saudade, fica a lembrança… Permanece a alegria e o legado deixado por seus ensinamentos e seu carisma!

Breve História de Nesio Alves Corrêa - “Gildinho”
Gildinho nasceu em Soledade/RS, em 18 de janeiro de 1942, em uma família humilde e numerosa, tendo sido criado em meio às lides campeiras.
Muito cedo perdeu o pai, que era acordeonista, e de quem herdou o amor pela música gaúcha.
Em 1961, com 19 anos, botou o pé no mundo e foi em busca de seu destino, encontrando paragem em Erechim/RS.

Erechim decreta Luto Oficial 

O prefeito de Erechim, Paulo Polis, em vídeo divulgado nas redes sociais, anunciou o Decreto de Luto Oficial por sete dias. “Muito obrigado, tio Gildo. Muito obrigado por toda alegria, por todo respeito, por todo carinho que o senhor teve pela nossa cidade de Erechim, pelo Estado e pelo Brasil. O senhor vai nos deixar muita saudade”, declarou o prefeito Polis.

O velório aberto ao público, vai acontecer neste domingo (12), a partir das 9 horas, no CTG Sentinela da Querência.

Confira a entrevista que a jornalista Cris Rhoden efez com o Gildinho em 2023, na primeira edição do programa Inspire-se, no AU. 

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