RS deve colher 22,4 milhões de toneladas de soja e se consolidar como segundo maior produtor do país
Estimativas da Conab apontam crescimento expressivo na safra 2025/26 e recuperação após estiagem; milho, arroz, feijão e trigo também apresentam bom desempenho no Estado. RS poderá alcançar colheita de 40,9 milhões de toneladas em grãos de verão, se o tempo colaborar.
O Rio Grande do Sul deve ocupar o segundo lugar entre os maiores produtores de soja do Brasil na safra 2025/26. De acordo com estimativas divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção deve alcançar 22,4 milhões de toneladas, um aumento expressivo de 34,9% em relação ao ciclo anterior. A área plantada deve crescer 1%, chegando a 7,2 milhões de hectares, e a produtividade média projetada é de 3.129 kg/ha, alta de 33,6%. O cenário reflete a recuperação após a forte estiagem que prejudicou a safra anterior, especialmente durante o desenvolvimento das lavouras.

O milho da 1ª safra também apresenta perspectivas positivas. O Estado segue como maior produtor do país, com uma área cultivada estimada em 817,2 mil hectares, 14,2% superior à do último ciclo — o maior avanço em 20 anos. Mesmo com leve recuo de 0,1% na produção, que deve totalizar 5,4 milhões de toneladas, o desempenho das lavouras é considerado bom. Até o dia 13 de outubro, 83% da área já havia sido semeada, segundo a Conab, e as condições climáticas favorecem o desenvolvimento das plantas.
O arroz, principal cultura irrigada do Estado, mantém o Rio Grande do Sul na liderança nacional, com previsão de 7,8 milhões de toneladas. Contudo, a área plantada deve cair 3,1%, refletindo a desvalorização do grão no mercado. Apesar disso, a Conab destaca que os reservatórios apresentam níveis satisfatórios e que a previsão de alta radiação solar e calor nos meses de janeiro e fevereiro deve favorecer o enchimento dos grãos. Até o momento, 18% da área prevista já foi semeada.
Na cultura do feijão, o Estado também projeta crescimento. A produção deve atingir 76,6 mil toneladas, aumento de 4,2% em relação à safra passada, em uma área cultivada de 45,4 mil hectares. O feijão-preto já tem mais da metade da área plantada, e o feijão-cores — predominante no Planalto Superior — deve começar a ser semeado em novembro, após a colheita das culturas de inverno. O frio do início da primavera atrasou o desenvolvimento inicial das plantas, mas sem impactos na produtividade.
Já no trigo, o Rio Grande do Sul segue como maior produtor do país, com 1,16 milhão de hectares semeados — uma redução de 13,7% em relação à safra anterior. A produção estimada é de 3,7 milhões de toneladas, queda de 6,3%. A retração se deve à estiagem durante o plantio e à menor rentabilidade nas safras anteriores, o que reduziu o investimento em insumos. Mesmo assim, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, e a colheita já foi iniciada, com expectativa de boa qualidade dos grãos.