RS registra queda expressiva nos óbitos e casos de Hepatite C no Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais

Entre 2019 e 2024, o estado reduziu em 51,8% os óbitos e 30% os casos de Hepatite C, conforme Boletim Epidemiológico 2025 da Secretaria da Saúde.

Por Redação VL Publicado em 27/07/2025 19:37 - Atualizado em 27/07/2025 20:49

No Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, em 28 de julho, o Rio Grande do Sul comemora uma redução de 51,8% nos óbitos por Hepatite C entre 2019 e 2024, além de uma queda de 30% nos casos da doença. Esses dados constam no Boletim Epidemiológico 2025, divulgado pela Secretaria da Saúde, que também traz informações sobre as hepatites A, B, D e E.

A Secretaria da Saúde do RS adota diversas ações para reduzir casos e óbitos por hepatites, incluindo oferta de testes rápidos para hepatites B e C, acesso facilitado a medicamentos e agilidade no início do tratamento. O cuidado é descentralizado, com atendimento integrado desde a atenção primária à saúde.

Uma ação importante da Secretaria da Saúde do RS é o rastreamento ativo de hepatite C em grupos vulneráveis, como pessoas acima de 40 anos, privadas de liberdade, em hemodiálise, usuários de álcool ou drogas e portadores de HIV. As hepatites virais são infecções hepáticas causadas pelos vírus A, B, C, D e E, transmissíveis e de notificação obrigatória, com sintomas que variam de leves a assintomáticos.

Formas de transmissão

  • Hepatite A: por via fecal-oral e está relacionada a baixos níveis de saneamento básico e água contaminada, tendo causado preocupação no Estado em decorrência das enchentes.
  • Hepatite B: pelo sangue e por fluidos corporais contaminados e está associada a infecções sexualmente transmissíveis.
  • Hepatite C: pelo sangue e por fluidos corporais contaminados. A unidades de saúde disponibilizam teste rápido.
  • Hepatite D: só ocorre em indivíduos que já têm a hepatite B, por isso a vacina contra essa última é a melhor forma de proteção.
  • Hepatite E: principalmente pela água e por alimentos contaminados, exigindo cuidados simples, como consumir água tratada e alimentos bem cozidos.

Vacinação

O SUS disponibiliza vacinas para as hepatites A e B nas unidades da APS nos municípios. No caso da hepatite C, apesar de não haver vacina, existem testes rápidos disponíveis na rede pública, e o tratamento aponta chances de cura em mais de 95% dos casos.

  • Hepatite A

A vacina contra hepatite A é indicada, no calendário de rotina, para crianças de 15 meses de idade até 4 anos, 11 meses e 29 dias, com esquema de uma dose. A imunização com duas doses é indicada para indivíduos com condições clínicas especiais (hepatopatias crônicas, HIV/Aids, fibrose cística e trissomias, entre outras).

A novidade é que agora a vacina também está disponível para o público que faz uso da profilaxia pré-exposição de infecção pelo HIV (PrEP). O esquema também é de duas doses, e o pedido da vacina deve ser feito via sistema de informação do Centro de Referência de Imunobiológicos Especial. O documento que comprova a utilização da PrEP deve ser anexado ao formulário de solicitação.

  • Hepatite B

A principal forma de prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B é a vacina, que está disponível no SUS para todas as pessoas não vacinadas, independentemente da idade. Para crianças, a recomendação é que sejam feitas quatro doses da vacina (ao nascer, com 2 meses, 4 meses e 6 meses de idade).

Para a população adulta, o esquema completo é de três doses. No caso de indivíduos com condições clínicas específicas – como transplantados, doentes renais crônicos e pessoas vivendo com HIV/Aids – são indicadas quatro doses.