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Secom/RS
Rio Grande do Sul

RS terá chuvas acima da média até setembro

Influência do El Niño já é observada, mas efeito mais intenso do fenômeno será sentido na primavera, diz agrometeorologista

Correio do Povo/Metsul
por  Correio do Povo/Metsul
02/07/2023 19:53 – atualizado há 1 minuto
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Ao longo de julho, agosto e setembro, o Rio Grande do Sul deverá verificar a intensificação do fenômeno El Niño, que atingirá seu pico no final do trimestre. O fenômeno terá impacto direto no regime de chuvas em todo o Estado, com tendência de volumes acima da média em todas as regiões, de acordo com o último Boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada (Copaaergs), coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). As previsões são baseadas no modelo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico. Coordenadora do Copaaergs, a agrometeorologista Loana Cardoso explica que, embora o fenômeno seja confirmado apenas após cinco trimestres consecutivos de persistência, pelas regras da Organização Meteorológica Mundial, seus efeitos no Rio Grande do Sul já estão sendo percebidos desde abril. “A probabilidade de ele se manter, que os modelos indicam, é entre 70% e 90%. Dificilmente o sinal deve se inverter, dificilmente deve acontecer um resfriamento, uma neutralização do Pacífico nos próximos meses”, diz Loana.

Em relação às temperaturas no próximo trimestre, o boletim do Coopaergs prevê níveis acima da média na Metade Norte e próximo ou ligeiramente acima da média na Metade Sul – o que, segundo Loana, foge do padrão registrado no Estado. “No inverno, temos uma tendência de mais entradas diferentes frias, menor evaporação, volumes de chuva dentro da normalidade. Os modelos então nos mostrando chuva dentro do normal e acima do normal nesse próximo trimestre, já indicando um pouquinho de efeito do El Niño”, destaca a agrometeorologista.

O fenômeno, no entanto, deverá ser sentido com mais força na primavera, nos meses de outubro a dezembro, e as chuvas frequentes poderão trazer dificuldades para as culturas de inverno. “Traz preocupação para colheita do trigo e para o manejo das doenças fúngicas, então (a recomendação é) estar atento e preparado, ser célere nos processos. Maturou, colhe”, alerta Loana.

Como o El Niño deve afetar diferentemente as regiões, as recomendações para o manejo do solo também poderão mudar, destaca o engenheiro agrônomo Rodrigo Dias, fundador da plataforma ConnectFARM. Segundo Dias, a inteligência de dados pode ser uma boa aliada no planejamento da próxima safra de verão, que será plantada sob a influência do fenômeno. A partir do cruzamento de informações sobre as propriedades rurais e o histórico do El Niño na agricultura brasileira, afirma o agrônomo, é possível determinar a melhor combinação de genética, solo e manejo a ser adotada. “A agricultura digital faz análise por talhões e, o mais importante, considera as variáveis do clima levando em consideração o momento atual, mas também o histórico de dados da plataforma”, explica Dias.

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