Agro

Safra de trigo em 2023 deve ser a segunda maior do RS

A declaração é do diretor técnico da Emater/RS, Claudinei Baldissera, ao apresentar a Estimativa Inicial da Safra de Inverno 20023

Por Assessoria/Emater Publicado em 15/06/2023 21:56 - Atualizado em 31/07/2024 09:20

O Rio Grande do Sul tende a ter a segunda maior safra de trigo da história. A declaração é do diretor técnico da Emater/RS, Claudinei Baldissera, ao apresentar a Estimativa Inicial da Safra de Inverno 20023, na tarde desta quinta-feira (15/06), ao lado da presidente da Emater/RS, Mara Helena Saalfeld, e do secretário adjunto da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), Lindomar do Carmo Moraes. De acordo com o levantamento, a produção estimada é de 5.625.889 toneladas, envolvendo trigo, aveia branca grãos, cevada e canola, ou seja, 12,81% inferior à safra passada, considerada a maior da história do Estado, com 6.452.337 toneladas.

Foto: Adriane Bertoglio Rodrigues

Neste levantamento, realizado em maio, e que abrangeu 382 (98,3%) municípios gaúchos produtores de trigo, a produção deste grão projeta uma redução de 14%, passando de 5.288.030 toneladas obtidas na safra 2022 para 4.548.934 toneladas previstas para este ano. Com uma área a ser cultivada de 1.505.704 hectares (-1,5% em relação ao ano anterior), o trigo deve atingir uma produtividade média de 3.021 kg/ha, ou -12,6% em relação à anterior, que foi de 3.459 kg/ha.

Na aveia branca grãos, foram pesquisados 263 municípios produtores, o que representa 97,4% sobre o total da área cultivada. Nos 365.081 hectares previstos para esta safra (1,4% superior aos 360.139 hectares em 2022), a Emater/RS-Ascar projeta uma produção de 854.401 toneladas, o que representa -6,4% em relação à safra anterior, que foi de 913.021 toneladas, obtidas a partir de uma produtividade média de 2.535 kg/ha. Para este ano, a produtividade média estimada para o Estado é de 2.340 kg/ha, -7,7% em relação à média anterior.

A cevada nesta Safra de Inverno no RS será cultivada numa área de 35.899 hectares, ou seja, -14,5% em relação à área anterior, que foi de 41.988 hectares. A produtividade esperada também é menor, passando de 3.397 kg/ha em 2022 para 3.144 kg/ha neste ano, uma diferença de -7,4%. Isso projeta uma produção -20,9% menor, de 112.877 toneladas, se comparada com a safra passada, de 1423.644 toneladas. O levantamento foi feito em 152 municípios gaúchos produtores de cevada, que representam 93,1% sobre o total da área cultivada.

Na canola, a área a ser cultivada no Estado será 18,4% maior nesta safra, passando de 56.786 hectares em 2022 para 67.219 hectares em 2023. A produção prevista para este ano é de 109.677 toneladas, 1% maior do que a produção de canola em 2022, que foi de 108.642 toneladas. Apesar dessas estimativas positivas, a produtividade prevista é de 1.632 kg/ha, ou seja, -14,7% se comparada com a do ano passado, que foi de 1.913 kg/ha. A pesquisa de intenção de plantio foi realizada em 175 municípios gaúchos, 96,6% do total da área cultivada.

EL NIÑO

“Como fator positivo, podemos citar a queda dos preços dos insumos, em relação ao cultivo anterior, e, como negativo, o El Niño, com possibilidades de chuvas mais acentuadas previstas para a época de colheita desses grãos”, avalia Baldissera, ao sugerir aos produtores um olhar especial sobre a previsão de suas lavouras, recorrendo ao seguro agrícola de pelo menos uma fracção da lavoura, “já que as projeções climáticas indicam um super El Niño”, complementou o meteorologista da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Flávio Varone, que também participou da apresentação das estimativas iniciais da Safra de Inverno 2023.

De acordo com o Prognóstico Trimestral (Junho-Julho-Agosto) apresentado por Varone, “altos volumes de chuva estão previstos para o segundo semestre deste ano, a exemplo das safras de 2015 e 2016, que causou danos e prejuízos, com cheias e inundações”, antecipa, ao indicar, como consequências, muitos prejuízos para as lavouras de inverno, especialmente no fim do ciclo e durante a colheita, podendo inclusive atrasar o início do plantio das culturas de verão.

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