O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Santa Catarina registrou no período de pandemia um aumento de 66,41%, em comparativo ao ano passado, no número de ocorrências de Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE) no Estado. De março até maio, o SAMU atendeu 218 casos de OVACE, contra 131 chamadas atendidas no mesmo período em 2019. A situação ligou o alerta da Superintendência de Urgência e Emergência.
A partir desta semana, o SAMU coloca em suas redes cartilhas com informações sobre a prevenção do OVACE, a fim de auxiliar os catarinenses numa situação de emergência. De acordo com os profissionais, o aumento se deve em função da pandemia e das pessoas ficarem cada vez mais ansiosas, estressadas, além de influenciar no dia a dia com as crianças.
“O que estamos notando na prática é que as crianças estão ficando mais em casa, os pais estão fazendo múltiplas funções, e isso está influenciando no aumento dos engasgos. Por quê? Porque os adultos estão mais estressados e ansiosos, estão mastigando menos e comendo mais rápido, enquanto as crianças estão ficando mais desassistidas em casa. Os pais fazem dezenas de coisas ao mesmo tempo e as crianças acabam colocando brinquedos na boca ou, no caso dos bebês, mamando de forma irregular”, destaca a médica emergencista Juliana Machado Costa, que atende na Unidade de Suporte Avançado (USA) de Rio do Sul.
Juliana Costa conta que na semana passada foram atendidos dois casos em Rio do Sul que tinham muitas similaridades e merecem a atenção dos pais e demais responsáveis. “Os bebês mamavam, não ficavam no colo, iam pro berço, vomitavam e acabavam broncoaspirando”, explica a doutora que ressalta a importância de se intensificar cuidados, principalmente com as crianças.
O OVACE é caracterizado pela obstrução das vias aéreas por corpo estranho. Na prática, uma pessoa pode ter um corpo estranho, sólido ou líquido, nas vias aéreas superiores e inferiores, o que produz engasgo e asfixia.
O Núcleo de Educação em Urgência (NEU) da Superintendência de Urgência e Emergência da Secretaria da Saúde aponta algumas precauções que podem ajudar a diminuir os riscos e prevenir uma OVACE:
I) cortar os alimentos em pedaços pequenos;
II) mastigar e deglutir lentamente quando faz uso de próteses;
III) evitar rir e conversar durante o processo de mastigação e deglutição;
Igualmente, o NEU indicou passos que podem ser seguidos, ao se deparar com alguém com sintomas de OVACE:
A Secretaria de Estado da Saúde aconselha sempre a ligar para o 192.