Santa Catarina aposta em inovação científica para proteger avicultura da gripe aviária
Projeto pioneiro da UFSC desenvolve organoides de galinha para simular infecções por H5N1, oferecendo alternativa segura e eficiente aos testes com animais vivos.
Santa Catarina, destaque nacional e internacional na produção de carne de frango, está investindo em pesquisa e inovação para manter sua excelência sanitária. Um projeto inovador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), financiado pela Fapesc, desenvolveu organoides — estruturas tridimensionais que reproduzem o trato respiratório das galinhas — permitindo simular infecções por H5N1 em laboratório, sem uso de animais vivos.

A tecnologia, inédita no Brasil, representa um avanço importante para estudar e combater a gripe aviária, reduzindo riscos econômicos e melhorando a segurança alimentar. Além disso, permite testes mais rápidos, baratos e seguros, já que evita a necessidade de laboratórios com nível de biossegurança elevado (BSL-3), escassos no país.

O projeto, um dos 273 contemplados pelo maior edital da história da Fapesc, com R$ 57 milhões destinados a pesquisas com impacto social, visa também preparar o estado diante de ameaças como a recente detecção do vírus no Rio Grande do Sul. Segundo os pesquisadores, os resultados já obtidos podem contribuir não só para entender melhor o H5N1, mas também para o estudo de outras doenças respiratórias em aves, reforçando a posição de liderança de Santa Catarina na avicultura mundial.
Fotos: Arquivo Ricardo Castilho Garcez / UFSC