Saúde

Saúde: Quase 99% dos alimentos ultraprocessados contêm ingredientes prejudiciais

Estudo conclusivo é da Uerj, em parceria com a USP

Por Agência Brasil Publicado em 03/09/2023 18:02 - Atualizado em 31/07/2024 09:20

Um estudo da UERJ em parceria com a USP revela que quase 99% dos alimentos ultraprocessados vendidos no Brasil possuem altos níveis de sódio, gorduras, açúcares e aditivos para realçar cor e sabor.

Esses componentes estão presentes em quase todos os biscoitos, margarinas, bolos, tortas, achocolatados, bebidas lácteas, sorvetes, frios, embutidos e refrigerantes. Eles também são encontrados em refeições prontas, pizzas, lasanhas, pastelarias e outras bebidas açucaradas. O estudo analisou cerca de 10 mil produtos alimentícios e bebidas nas principais redes de supermercados de São Paulo e Salvador.

A professora associada do Departamento de Nutrição Aplicada e do Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde do Instituto de Nutrição da UERJ, Daniela Canella, destaca a ligação entre o consumo desses alimentos e o surgimento de doenças crônicas.

"Esses alimentos estão relacionados a diversas doenças crônicas e à obesidade, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer. A composição dos ultraprocessados reforça essa ligação com as doenças, tornando os resultados alarmantes", afirmou a pesquisadora.

Daniela Canella argumenta que além de rotular obrigatoriamente alimentos com alto teor de sódio, açúcar e gorduras, seria crucial informar sobre aditivos, como corantes, aromatizantes e emulsificantes, que alteram as características dos alimentos. Isso permitiria aos consumidores identificar facilmente os ultraprocessados e decidir se desejam comprá-los ou não.

"A partir de outubro deste ano, a informação sobre ser 'alto em açúcar, gordura e sódio' será obrigatória nos rótulos. Se também incluíssemos a informação de aditivos com características cosméticas, seria mais fácil para os consumidores identificarem os alimentos ultraprocessados", disse a professora.

A pesquisadora destacou que os resultados da pesquisa são importantes para auxiliar as políticas públicas, como a proibição de alimentos ultraprocessados em cantinas escolares e outras agendas regulatórias, como a publicidade de alimentos.

Conteúdo relacionado

Termos relacionados