Rio Grande do Sul

Secretaria Estadual de Saúde quer elaborar estratégias de vacinação nas escolas

Ações devem iniciar em 31 de agosto, com cada cidade definindo suas ações, de acordo com as realidades e estruturas locais.

Por Correio do Povo Publicado em 18/08/2022 21:53 - Atualizado em 03/06/2024 11:19

Considerando a queda na cobertura vacinal contra a Covid-19 e outras doenças, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) quer elaborar estratégias de vacinação nas escolas. Em uma reunião realizada nesta quinta-feira entre a SES e a Secretaria de Educação, foram estabelecidas atividades que devem iniciar em 31 de agosto, com cada cidade definindo suas ações, de acordo com as realidades e estruturas locais.

A secretária de Saude, Arita Bergmann, propôs “fazer um grande movimento, com as escolas como protagonistas”. A definição das ações caberá a cada município, conforme os gestores e equipes de saúde se organizem em conjunto com as escolas. “Os dados que temos preocupam pela baixa adesão que estamos observando na vacinação da Covid-19 e nas vacinas do calendário básico infantil”, avaliou Arita.

A proposta é de que as equipes das Unidades Básicas de Saúde possam fazer um acompanhamento e monitoramento das cadernetas de vacinação dos alunos nos seus territórios. A partir desses dados, elaborar calendários para a visitação até a escola e ofertar as doses necessárias, com a autorização dos pais ou responsáveis. O acordado pelo grupo foi realizar atos nas cidades em 31 de agosto para marcar o início da mobilização e, a partir dessa data, prosseguir com as ações.

Panorama da adesão às vacinas

O Rio Grande do Sul registra até esta quinta uma cobertura de 46% das crianças de cinco a 11 anos com o esquema completo (duas doses) contra a Covid-19. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos, esse índice é de 77%.

Há uma estimativa que mais de 310 mil crianças de cinco a 11 anos não realizaram sequer a primeira dose. Entre as que fizeram a primeira, cerca de 160 mil estão com a segunda atrasada. Na faixa dos adolescentes, estão atrasados 102 mil jovens com a segunda dose e mais de 453 mil com o reforço (terceira dose).

Último grupo a ser incluído na vacinação contra o coronavírus, as crianças de três e quatro anos também apresentam até o momento baixa adesão. Iniciada em 20 de julho, até agora apenas 19 mil foram vacinadas, o que representa 7% do público estimado para a idade.

Queda nas coberturas

Índices baixos de vacinação aumentam os riscos para doenças imunopreveníveis, como coqueluche, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, meningite meningocócica e pneumocócica, gastroenterite por rotavírus e hepatites A e B, entre outras.

Para colocar em dia doses atrasadas, está em andamento a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite para crianças menores de cinco anos e a multivacinação para atualização da caderneta de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos. O Dia D de mobilização será no próximo sábado (20/8). As crianças e adolescentes deverão estar com sua caderneta nos locais de vacinação para que a equipe de saúde avalie a situação.

Considerando seis das vacinas previstas até o primeiro ano de idade, nos últimos anos em nenhuma delas foi alcançada a meta de vacinação de atingir ao menos 95% do público da idade preconizada, sendo que em 2020 nenhuma ficou acima dos 90%. Os dados de 2021 ainda são parciais, pois essas vacinas de rotina têm um prazo de até 12 meses para o município registrar as aplicações no sistema do Programa Nacional de Imunizações, mas já indicam que também ficarão abaixo do preconizado.

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