Agro

Seguem efeitos da estiagem, apesar das chuvas proporcionarem melhores condições e umidade de solo

A ocorrência de chuvas, mesmo que em volumes e distribuição irregular, proporcionaram melhores condições e umidade do solo e a manutenção de temperaturas amenas

Por Assessoria/Emater Publicado em 10/03/2022 21:21 - Atualizado em 03/06/2024 11:07

A ocorrência de chuvas, mesmo que em volumes e distribuição irregular, proporcionaram melhores condições e umidade do solo e a manutenção de temperaturas amenas. Esses fatores estimularam a emissão de novas folhas e a retenção de vagens em cultivos de soja que estão entre a fase final de floração e fase inicial de enchimento dos grãos. 

De acordo com o Informativo Conjuntural, produzido e divulgado nesta quinta-feira (10/03) pela Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), a colheita evoluiu lentamente para 6%, concentrada em cultivos com maiores danos por estiagem, outros 26% estão em fase de maturação, 50% em enchimento de grãos, 16% em floração e 2% em germinação e desenvolvimento vegetativo.

A produtividade, nessas áreas, é muito baixa, com abandono de algumas lavouras que não viabilizam economicamente a operação. A estimativa de produtividade atual é de 1.511 quilos por hectare, sendo 52% menor que a inicialmente planejada. Além dos danos quantitativos, parte dos grãos colhidos apresentam defeitos que inviabilizam a extração de óleo, sendo destinados alternativamente para rações, com depreciação comercial.

Na metade Leste do Estado, há uma recuperação parcial da soja, inclusive em lavouras em fase final de enchimento de grãos, aumentando o seu peso e, portanto, impactando positivamente na produtividade. Dessa forma, o cenário da produção é distinto, pois varia em termos de efeitos causados pela estiagem. Dentre as lavouras mais afetadas, estão aquelas semeadas no início do período recomendado, as cultivares mais precoces e as localizadas na metade Oeste do Estado.

MILHO

A colheita do milho alcançou 64% da área cultivada no Estado. A produtividade estimada no momento é de 3.428 kg/ha, representando um decréscimo de 53% na inicial. A ocorrência de chuvas beneficiou as lavouras nas quais as plantas estão em estágios vegetativo, em florescimento e em enchimento de grãos, que totalizam 18% cultivos. As áreas em maturação serão pouco afetadas pelas precipitações. Outros 18% estão em fase de maturação.

MILHO SILAGEM

A colheita de milho destinada à silagem alcançou 84% da área cultivada, e as lavouras remanescentes estão predominantemente em desenvolvimento vegetativo, em função de plantios recentes. A produtividade estimada tem redução de 54% em relação à projeção inicial, com rendimento alcançado de 17 toneladas por hectare.

ARROZ

A produtividade inicial de aproximadamente 8.000 kg/ha foi revista e estimada atualmente em 7.600 kg/ha, constituindo 5% de perdas decorrentes das condições de estiagem e calor excessivo durante o ciclo da cultura.

Com a ocorrência de dias chuvosos, a colheita evoluiu mais lentamente, somando 16% da área cultivada. A fase de maturação alcançou 40%; em enchimento de grãos, 38%; e em floração, 6%. O tempo no período foi marcado por nebulosidade e temperaturas amenas, favorecendo a redução nas perdas de água por evapotranspiração. Porém a baixa luminosidade pode reduzir a fotossíntese e aumentar o risco de ocorrência de doenças fúngicas. Rizicultores, na tentativa de racionar a água disponível, adotaram a estratégia de interromper a irrigação das lavouras em fase de maturação e concentraram-se em lavouras em fase de enchimento de grãos.

FEIJÃO 1ª SAFRA

Estima-se o cultivo de 32.026 de feijão em primeira safra. O índice de colheita é de 63%, e a produtividade estimada é de 1.227 kg/ha, concebendo a redução de 30% na previsão inicial. A colheita já foi encerrada na maior parte das regiões produtoras. Apenas na regional da Emater RS/Ascar de Caxias do Sul, ainda há cerca de 1/3 da área cultivada do Estado, que concentrou a semeadura em final de dezembro e início de janeiro. Nesse regional, as lavouras encontram-se em final de floração e enchimento de grão, além de apresentarem bom aspecto fitossanitário. As perdas em decorrência de seca são pouco expressivas.

FEIJÃO 2ª SAFRA

Feijão de segunda safra está em final da implantação e com desenvolvimento inicial regular. Estima-se o cultivo de 20.196 hectares, e 75% da área cultivada está predominantemente nas fases de germinação e de desenvolvimento vegetativo, seguidos por 17% da área em floração, 7% em enchimento de grãos e 1 % em maturação.

A cultura apresentou-se como uma importante alternativa de cultivo pós-colheita de milho e tabaco, e a produtividade estimada é de 1517 kg/há. Chuvas da semana favoreceram as lavouras a se desenvolverem normalmente. Há tratos culturais em andamento, como a realização da adubação em cobertura.

PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA A SEMANA DE 10 A 16/03/2022

A próxima semana permanecerá com volumes significativos de chuva no RS. Na quinta (10), a propagação de uma frente fria provocará chuva em todo Estado, com altos volumes acumulados e temporais isolados. Na sexta-feira (11), ainda ocorrerão pancadas de chuva sobre a Metade Norte, enquanto na Fronteira Oeste e Campanha, o ingresso de uma massa de ar seco garantirá o tempo firme, com declínio da temperatura. No sábado (12), o tempo permanecerá seco, com temperaturas amenas e mínimas inferiores a 10°C em algumas regiões. No domingo (13), a aproximação de uma área de baixa pressão vai aumentar novamente a nebulosidade e deve provocar chuvas isoladas nos setores Norte e Nordeste, com tempo firme e temperaturas amenas nas demais regiões. Na segunda (14) e terça-feira (15), o ingresso de ar quente favorecerá a elevação das temperaturas e apenas na faixa Norte poderão ocorrer chuvas fracas e isoladas. Na quarta-feira (16), o tempo seco, com grande amplitude térmica, vai predominar em todo Estado.

Os totais esperados deverão oscilar entre 20 e 45 mm na maioria das regiões. Na Fronteira Oeste, Missões, Alto Uruguai, Planalto e Serra do Nordeste, estão previstos volumes entre 50 e 80 mm, que poderão superar 90 mm em alguns municípios.

Foto: Adriane Bertoglio Rodrigues

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