Economia

Sem contabilizar perdas no RS, CONAB revê safra total de milho e soja

Produção nacional de grãos estimada em 295,45 milhões de toneladas será afetada por fortes chuvas no Rio Grande do Sul, enquanto ajustes na área cultivada impactam previsões para soja e milho.

Por Redação Publicado em 14/05/2024 14:34 - Atualizado em 03/06/2024 14:01

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou hoje o 8º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024, trazendo ajustes significativos nas previsões de produção, principalmente para soja e milho. Enquanto a estimativa total de produção alcança 295,45 milhões de toneladas, as perdas decorrentes das intensas chuvas no Rio Grande do Sul ainda não foram totalmente contabilizadas, impactando negativamente o cenário final do atual ciclo agrícola.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, ressalta a preocupação com as consequências das chuvas no estado gaúcho, destacando que, no momento, o foco está na assistência às comunidades afetadas e na garantia do abastecimento básico.

No setor do arroz, a produção estimada em 10,495 milhões de toneladas é comprometida pelas constantes precipitações no Rio Grande do Sul, principal região produtora do país. Estima-se que pelo menos 8% da área destinada à cultura no estado sofra perdas devido às chuvas abundantes.

Até o dia 5 deste mês cerca de 80,7% da área semeada em todo país já estava colhida. A qualidade dos grãos colhidos é satisfatória, com bons rendimentos também na quantidade de grãos inteiros, indica o levantamento

Por outro lado, as lavouras de feijão apresentam um desenvolvimento promissor, com destaque para a segunda safra da leguminosa, cujas condições climáticas têm sido favoráveis, especialmente no Paraná e Minas Gerais.

Somando as três safras do grão, a produção nacional deverá atingir 3,32 milhões de toneladas, volume 9,5% superior à produção de 2022/23.

No segmento do milho, o cenário é marcado por uma redução de 15,4% na produção em comparação com o ciclo anterior, influenciada por adversidades climáticas que afetaram a primeira safra do cereal. Enquanto em alguns estados como Mato Grosso as condições são favoráveis, em outros como Mato Grosso do Sul e São Paulo, a escassez de chuvas tem gerado preocupações.

A produção de soja, por sua vez, sofreu ajustes devido a mudanças na área cultivada e às condições climáticas adversas em várias regiões do país. Embora a estimativa inicial fosse superior a 148,4 milhões de toneladas, a previsão atualizada situa-se em 147,68 milhões de toneladas, representando uma redução de 4,5% em relação à safra anterior.

Com a atualização realizada, a área total cultivada na safra 2023/24 é de 45,7 milhões de hectares, 3,8% superior ao plantado na safra passada. Porém, as produtividades foram inferiores às da safra passada em quase todo o país, reflexo das condições climáticas adversas ocorridas durante a implantação e desenvolvimento da cultura, com falta e excesso de precipitações em épocas importantes no desenvolvimento da cultura

O segmento do algodão, no entanto, apresenta perspectivas positivas, com um aumento significativo na área cultivada e previsão de uma safra recorde de 3,64 milhões de toneladas.

Quanto ao mercado, as projeções para o consumo interno e as exportações de arroz e soja estão sujeitas a revisões à medida que os impactos das chuvas no Rio Grande do Sul forem sendo avaliados. As importações de arroz foram aumentadas, enquanto as exportações podem ser afetadas, refletindo na dinâmica do mercado nacional e internacional.

Em suma, enquanto ajustes nas previsões de produção de grãos são anunciados pela Conab, a incerteza persiste devido aos efeitos das chuvas no Rio Grande do Sul, evidenciando a vulnerabilidade do setor agrícola às condições climáticas extremas.

Conteúdo relacionado

Termos relacionados