Semana Acadêmica de Agronomia da URI debate inovação e futuro do agronegócio em sua terceira noite
Diretor de negócios da Sementes Estrela, Leandro Berlanda, falou sobre o mercado de sementes
A terceira noite da XVIII Semana Acadêmica de Agronomia da URI, realizada na quarta-feira (27), reuniu estudantes, professores e profissionais para discutir os caminhos do agronegócio, com ênfase em inovação, especialização e desenvolvimento de competências essenciais em um mercado cada vez mais competitivo.
A abertura da programação ficou a cargo da gerente da agência Sicredi Viadutos, Samara Moss, que apresentou o histórico da cooperativa, fundada em 1981 por 21 produtores rurais. Destacou a forte conexão do Sicredi com o setor agrícola, citando que, em 2023, a instituição foi a maior financiadora do Pronaf e liderou os desembolsos de crédito rural no país.
Samara também falou sobre o papel consultivo da cooperativa junto aos produtores, oferecendo soluções como seguros, consórcios e acompanhamento técnico ajustado às realidades de mercado, incluindo os impactos de fenômenos climáticos como o La Niña. Compartilhou ainda sua trajetória dentro da instituição, ressaltando o investimento em capacitação e valorização dos colaboradores.
Na sequência, o diretor de negócios da Sementes Estrela, Leandro Berlanda, apresentou um panorama do mercado de sementes, com foco no papel do vigor na produtividade das lavouras. A empresa, com 50 anos de atuação, é pioneira no tratamento industrial de sementes e criou um sistema de rastreabilidade via QR Code. Presente em 112 municípios, mantém 90 mil hectares de produção e conta com mais de 60 profissionais especializados.

Berlanda destacou a transformação do Brasil em potência agrícola: enquanto a produção mundial de alimentos cresceu 60% nas últimas duas décadas, o Brasil avançou 210%, tornando-se líder global na produção de grãos. O agronegócio representa hoje 25% do PIB nacional e responde por 50% das exportações brasileiras. Segundo ele, há potencial de expansão agrícola sem desmatamento, por meio da recuperação de pastagens degradadas — só o aumento da densidade de gado por hectare poderia liberar até 40 milhões de hectares para cultivo.
O palestrante também compartilhou os cinco “Cs” que considera fundamentais para os profissionais do setor: conhecimento, comunicação, cuidado, consistência e confiança. Encorajou os estudantes a investirem em áreas específicas, buscando tornar-se referências dentro do mercado.
A noite foi encerrada com reflexões sobre o futuro das tecnologias genéticas no campo, como a técnica Crispr-Cas9, que permite edições precisas no DNA das plantas. Com previsão de chegada ao Brasil em 2028, a tecnologia promete o desenvolvimento de culturas mais resistentes e adaptadas a diferentes regiões.
A mensagem final foi clara: o agronegócio está em constante transformação e precisa de profissionais preparados, inovadores e comprometidos com a geração de impacto real no campo.