Agro
Trigo é semeado no RS
As lavouras semeadas em maio apresentam boa uniformidade na germinação, emergência satisfatória e crescimento rápido.
A área cultivada com trigo no Rio Grande do Sul na safra 2022 foi de 1.528.992 hectares (IBGE). Para este ano, o levantamento de intenção de plantio de trigo no Estado será finalizado nos próximos dias. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quarta-feira (07/06), as atividades de semeadura do trigo foram aceleradas, aproveitando as condições favoráveis de umidade do solo e a ausência de chuvas, o que possibilitou o acesso das máquinas agrícolas às lavouras para a realização da operação. As lavouras semeadas em maio apresentam boa uniformidade na germinação, emergência satisfatória e crescimento rápido.
No entanto, mesmo em período recomendado para o plantio, alguns produtores estão em processo de tomada de decisão quanto à escolha da cultura a ser plantada ou quanto à extensão de seu cultivo, devido às incertezas presentes no mercado e às previsões climáticas menos favoráveis. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, estima-se expansão de área de cultivo com o trigo em relação à safra passada. Na de Frederico Westphalen, a tendência é de que a semeadura ocorra em uma área semelhante ao ano anterior, com maior concentração durante o mês de junho. Estima-se que 10% da área já tenha sido semeada, encontrando-se atualmente na fase de germinação e desenvolvimento vegetativo. Já na região de Santa Rosa, o plantio do trigo evoluiu de 13% para 34% da área total semeada. Estima-se aumento na extensão das áreas cultivadas na safra de 2023 em relação à safra de 2022.
Aveia branca – Avança a semeadura no RS, onde a cultura se apresenta como alternativa de um investimento mais barato em relação ao trigo, para a ocupação das áreas no inverno. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a semeadura está se aproximando do término. A operação foi realizada com o solo em condições ideais de umidade, o que beneficia o rendimento da atividade e a qualidade do plantio. A cultura apresenta desenvolvimento inicial considerado muito bom. Na região de Santa Rosa, onde a implantação ocorreu ainda no mês de abril, já é possível observar o avanço das plantas para o estágio reprodutivo. Algumas plantas exibem panículas, enquanto outras ainda estão no estágio de emborrachamento. No entanto, as lavouras que foram implantadas na primeira quinzena de maio enfrentam estresse devido às condições climáticas mais quentes e à presença de ventos, resultando na queima das partes apicais das plantas, o que causa uma coloração pardacenta ou avermelhada. Na safra 2022, o RS cultivou 360.139 hectares (IBGE) de aveia branca.
Canola - As condições meteorológicas têm sido favoráveis para a execução das etapas de dessecação, preparo do solo e implantação da cultura, fatores que têm sido benéficos para a germinação adequada e bom desenvolvimento inicial. Na região de Ijuí, a semeadura da cultura foi priorizada. Na de Santa Rosa, a área de plantio apresenta expansão. Em alguns municípios, o plantio já foi concluído, como em Giruá, que possui a maior área destinada ao cultivo da oleaginosa, abrangendo aproximadamente 4.500 hectares. No momento, na região, 96% dos cultivos estão na fase de desenvolvimento vegetativo, e os restantes 4% já estão na fase de florescimento. A área cultivada de canola no Estado, na safra 2022, foi de 56.786 hectares (IBGE).
SAFRA DE VERÃO
Soja - A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares e a produtividade estimada, de 1.923 kg/ha. A colheita está tecnicamente encerrada. Entre 29/05 e 04/06, o tempo seco permitiu a colheita em pequenas áreas cultivadas, após o período indicado no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). As últimas lavouras colhidas também registraram considerável variação na produtividade, especialmente as áreas que apresentaram bom estande de plantas. Algumas dessas lavouras atingiram até 2.000 kg/ha.
Os extensionistas da Emater/RS-Ascar estão promovendo orientações aos produtores rurais acerca do novo método de classificação física do solo, o qual será empregado na obtenção de financiamentos para as atividades agrícolas, conforme disposto na recém-publicada portaria do Zarc. As dúvidas referem-se principalmente à coleta e ao encaminhamento de amostras de solo para análise. Também é necessário observar as alterações estabelecidas na nova Portaria SPA/Mapa nº 87, de 24 de abril de 2023, referente ao zoneamento para a cultura. Essa atualização introduz o conceito de "Água Disponível" para a definição dos períodos decendiais recomendados para o plantio e modifica a anterior, o que requer uma análise aos agentes envolvidos na cadeia produtiva.
Os agentes financeiros já estão realizando pré-custeios para a safra 2023/2024 da cultura da soja. O objetivo é disponibilizar recursos aos produtores para antecipar a aquisição de insumos e evitar comprá-los durante períodos em que geralmente ocorre aumento de preços, mais próximos ao plantio.
Em termos de comercialização, em virtude das recentes oscilações negativas nos preços, observou-se uma diminuição no volume de faturamento da produção. No entanto, a maioria dos produtores já havia comercializado seus produtos logo após a colheita.
Milho - A área de cultivo no Estado está estimada em 810.380 hectares. A produtividade estimada é de 4.440 kg/ha. A colheita progrediu para 97% da área de cultivo no RS. No entanto, o avanço da operação foi condicionado pelas lavouras de safrinha, que estão progredindo nas fases de enchimento de grãos e maturação.
As áreas destinadas à cultura na próxima safra apresentam o desenvolvimento pleno de culturas de cobertura. Observa-se uma demanda intensa, com aquisição e reserva de sementes, disponibilizadas pelo Programa Troca-Troca ou ofertadas no comércio local.
Milho silagem - A área implantada no Estado é de 357.476 hectares. A produtividade atual indica produção de 20.000 kg/ha. Houve prosseguimento no corte e conservação em silos da massa vegetal produzida, a reservada à alimentação dos rebanhos no futuro. Estima-se que 99% dos cultivos foram colhidos.
Arroz - A cultura está em entressafra. Durante esse período, os preços do cereal podem ser acompanhados no documento Cotações Agropecuárias, elaborado pela Emater/RS-Ascar/Gerência de Planejamento/Núcleo de Informações e Análises, disponível em http://bit.do/eRWGv.
Feijão 1ª safra - A área cultivada em 1ª safra no Estado somou 31.449 hectares. A colheita está encerrada. A estimativa final de produtividade é de 1.576 kg/ha.
Feijão 2ª safra - A área ocupada pelo cultivo em 2ª safra corresponde ao total de 20.127 hectares. A produtividade estimada é de 1.376 kg/ha. A continuidade da colheita foi condicionada pela desaceleração do ciclo da leguminosa, ocasionando um atraso na colheita das lavouras que demandam maior período de amadurecimento.
LEITE E MEL
Na maior parte das regiões, a produção do leite vem apresentando aumento devido à melhora na oferta de pastagens. A redução na ocorrência das precipitações ajuda na não formação de barro próximo ao local de ordenha, o que facilita o manejo e reduz a chance de contaminação do leite. Além da Declaração Anual dos Rebanhos, os produtores estão sendo orientados a realizar a vacinação contra raiva bovina nos locais indicados pelas IDAs.
A colheita do mel já foi finalizada na maior parte das regiões. A queda das temperaturas já impacta a produção, diminuindo a atividade das abelhas e as floradas. A comercialização do mel embalado está reduzida, pois a manutenção de dias quentes para esta época do ano não tem estimulado o aumento do consumo de mel pela população, como tipicamente ocorre no período frio.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os resultados da colheita de mel do outono, realizada em áreas de silvicultura de eucalipto, nos apiários transferidos de Dom Pedrito para Candiota, foi muito abaixo da média normal, não chegando a cobrir os custos. Em contrapartida, a produção nas áreas de migração para os bosques situados na divisa com o Uruguai foi melhor e se manteve dentro da média histórica para o período.
Na de Pelotas, em Canguçu, os produtores estão estocando a produção para a comercialização posterior, devido aos baixos preços praticados no momento. Os enxames já estão bem reduzidos e com suas atividades em baixa. Porém, o clima está favorável e, por isso, ainda não há necessidade de alimentação suplementar.