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Trump suspende restrições relacionadas ao coronavírus à viajantes do Brasil e da Europa

As medidas passam a valer a partir de 26 de janeiro, quando o presidente já será o democrata Joe Biden, que terá poder para reimpor as restrições.

Por O Sul Publicado em 18/01/2021 22:30 - Atualizado em 03/06/2024 09:44

A dois dias do fim do seu mandato, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, suspendeu na noite desta segunda-feira (18), por meio de uma declaração presidencial, as proibições de entrada impostas por causa do coronavírus à maioria dos viajantes não americanos que chegam do Brasil e de grande parte da Europa. As medidas passam a valer a partir de 26 de janeiro, quando o presidente já será o democrata Joe Biden, que terá poder para reimpor as restrições.

Em novembro, o governo americano avaliava suspender as restrições impostas no início do ano passado em resposta à pandemia, depois de obter o apoio de membros da força-tarefa contra o coronavírus e de funcionários de saúde pública. As proibições atingiam todos os não americanos e estrangeiros não residentes nos EUA, com exceções para casos emergenciais ligados a trabalho, saúde e família.

As restrições deixarão de valer no mesmo dia em que novos requisitos de testagem para Covid-19 entrarem em vigor para todos os visitantes internacionais que cheguem aos Estados Unidos.

REUTERS/Roosevelt Cassio

Na semana passada, o chefe dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA assinou uma portaria exigindo que quase todos os passageiros de avião apresentassem um teste de coronavírus negativo ou uma prova de anticorpos contra a Covid-19 para entrar nos Estados Unidos a partir de 26 de janeiro.

Segundo a portaria, os testes impedirão que “passageiros aéreos do Espaço Schengen, do Reino Unido, da República da Irlanda e da República Federativa do Brasil espalhem o vírus que causa a Covid-19 para os Estados Unidos”. O Espaço Schengen de livre circulação é formado por 26 países europeus.

“Funcionários de saúde pública nessas jurisdições têm um histórico comprovado de trabalho com os Estados Unidos para compartilhar testes contra o coronavírus precisos e oportunos, assim como dados de tendências, e os Estados Unidos têm colaborações ativas com as jurisdições sobre como tornar as viagens seguras entre nossos respectivos países”, afirma a portaria.

As restrições para viajantes oriundos da China e do Irã, contudo, permanecem válidas, o que indica que Trump seguiu também critérios políticos para autorizar as viagens.

As restrições que foram revogadas barravam quase todos os não americanos e não residentes que nos 14 dias anteriores à viagem tivessem estado no Brasil, no Reino Unido, na Irlanda e nos 26 países do Espaço Schengen de viajar para território americano.

As restrições que proíbem a maioria dos visitantes procedentes da Europa estão em vigor desde meados de março, e a proibição de entrada a partir do Brasil foi imposta em maio.

Marty Cetron, diretor da divisão de quarentena e migração global do CDC, disse que as proibições de entrada eram uma “estratégia inicial” para lidar com a disseminação do vírus e agora deveriam ser “reconsideradas ativamente”.

As companhias aéreas esperavam que os novos requisitos de teste abrissem caminho para o governo suspender as restrições que reduziram as viagens de alguns países europeus em 95% ou mais. Eles vinham pressionando altos funcionários da Casa Branca na questão.

Durante meses, muitos funcionários do governo argumentaram que as restrições não faziam mais sentido, já que a maioria dos países não estava sujeita às proibições de entrada. Outros argumentavam que os Estados Unidos não deveriam suspender essas proibições no caso da Europa, uma vez que muitos países europeus ainda barram a maior parte dos cidadãos dos EUA.

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