Santa Catarina
Um sistema de gestão cooperativa recomendável
Por Ivan Ramos - Diretor Executivo da Fecoagro-SC.
Muito se tem falado sobre o sistema ideal de gestão numa cooperativa ou em qualquer empresa econômica. Em qualquer atividade, deve prevalecer sempre a profissionalização das pessoas e dos processos, para que haja continuidade e longevidade.
A cada dia se torna mais evidente que as pessoas que têm a responsabilidade de gerir uma empresa, estejam profissionalmente preparadas, e que se evite o máximo possível à descontinuidade.
Isso não quer dizer que determinadas pessoas são insubstituíveis. Todos nos temos talento a desenvolver para ocupar alguma função, com sucesso. O que precisa é adequar aos momentos de cada situação, e reconhecermos que tecnicamente as pessoas devem permanecer o máximo possível nas suas funções para garantir a continuidade de uma administração.
Por outro lado, institucionalmente as coisas podem ser diferentes. Os eventuais dirigentes eleitos ou escolhidos para comandar uma empresa ou entidade, precisam ter a consciência de que alternância no poder é sempre salutar.
A rotação de pessoas que lideram as decisões estratégicas é valida e sangue novo sempre pode ajudar a enxergar as coisas por outro ângulo. Citamos isso para fazer referencia à Fecoagro.
Essa entidade que entra nos seus 46 anos de existência, já experimentou dirigentes de diversas índoles e forma de enxergar a sociedade. Nos últimos 30 anos, tem adotado um sistema que está servindo de escola para outras empresas semiligares no país. Os dirigentes eleitos tem se alternado nas funções a cada dois mandatos, isto e, de 5 a 6 anos, para oportunizar novas ideias na administração da Federação.
A equipe profissional e executiva, também pode ser alterada ou substituída, mas nem sempre tem ocorrido, pois a execução operacional dos trabalhos tem tido continuidade, sempre alicerçada no planejamento estratégico definido pelos dirigentes eleitos.
Por questões legais, a Fecoagro tem dentro do seu conselho de administração três funções eletivas que acompanham mais de perto as atividades da entidade, e também representam as demais associadas externamente, mas não dedica tempo integral na instituição.
Essa sistemática tem dado certo, pois além de conhecerem as atividades da qual a federação foi incumbida, também conhecem o outro lado, ou seja, as atividades práticas das cooperativas filiadas e dos produtores rurais.
É a harmonia perfeita para que o técnico-operacional não se distancie dos objetivos de uma cooperativa e por sua vez os eleitos sintam os dois lados do negocio. A Fecoagro tem sido modelo de governança para a intercooperação, e os resultados tendem a aparecer.
Embora não seja a maior, nem se considera a melhor no sistema cooperativo, tem se mantido na vanguarda dos negócios e ações a ela determinados. A rotatividade planejada dos seus dirigentes eleitos tem sido modelo de gestão.
A oportunidade de que todos que quiserem assumam as funções tem possibilitado que todos os integrantes conheçam os meandros de uma instituição que não e só econômica, mas também institucional e representativa de um segmento importante do cooperativismo catarinense.
Erros e acertos certamente existem em qualquer instituição, mais o importante e reconhecê-los, corrigindo e dando prosseguimento das ações estratégicas, sem nenhum ressentimentos ou mágoa de quem deixa a direção.
Em agindo assim, o sucesso para o conjunto, está assegurado. Pense nisso.
Ivan Ramos é Diretor Executivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina - Fecoagro