SAÚDE
Uso excessivo de remédios para dor de cabeça pode provocar doença; entenda
Dor de cabeça é considerada grave quando afeta a qualidade de vida
Cerca de 140 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo de dor de cabeça, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia. O que muitos não sabem é que o uso excessivo de remédios para o problema pode desencadear uma doença, a cefaleia por uso excessivo de medicamentos (MOH).
Mario Peres, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que cefaleia é o termo médico para dor de cabeça. Apesar de algumas pessoas usarem o nome para diferenciar casos mais graves, na prática, as palavras referem-se à mesma condição.
O neurologista conta que existem medicamentos específicos tanto para as crises de enxaqueca quanto para a MOH, a exemplo de injeções.
A dor que realmente se diferencia é a enxaqueca, caracterizada por um sofrimento mais intenso e frequente. As crises podem durar de 4 a 72 horas e, muitas vezes, vêm acompanhadas de náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som, afirma o bioquímico Reinaldo Cordeiro de Oliveira, professor do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera.
O tratamento mais comum é à base de analgésicos, mas caso esses medicamentos sejam tomados de forma frequente e em altas doses, a dor de cabeça pode piorar. “Os triptanos, princípio ativo de alguns desses remédios para dor de cabeça, por exemplo, são conhecidos por aumentar rapidamente o risco de MOH”, diz Oliveira.
Além das dores de cabeça que se tornam mais frequentes, principalmente pela manhã, o paciente com MOH pode apresentar dor no pescoço, sono prejudicado e ansiedade, entre outros sintomas.
Tratamento
Qualquer dor intensa e frequente, seja na cabeça ou em outra parte do corpo, deve ser investigada e tratada com ajuda médica. “O remédio para dor é como se a pessoa estivesse só apagando incêndio, não vai resolver de fato enquanto não acharmos a causa”, ensina o médico.
O neurologista conta que existem medicamentos específicos tanto para as crises de enxaqueca quanto para a MOH, a exemplo de injeções.
Outro ponto destacado por Peres é a prevenção, que pode ser feita de diversas formas. “Existem substâncias que afetam os neurotransmissores, para a pessoa não sentir dor; os remédios para pressão arterial podem ajudar, já que essa pode ser uma das causas; ou a injeção de botox, aplicada em concentração e local específicos”, exemplifica.