ESTIAGEM SEVERA

Agência Nacional de Energia Elétrica cobra planos de contingência contra apagões no verão

No verão passado, eventos climáticos deixaram milhões de consumidores sem luz nas regiões metropolitanas de São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro

Por O Sul /Foto: Reprodução de TV Publicado em 23/09/2024 09:50 - Atualizado em 23/09/2024 10:48

O setor elétrico brasileiro ainda convive com os efeitos de uma estiagem severa, que tem diminuído o volume de água armazenada nos reservatórios e provocou o acionamento da bandeira vermelha nas contas de luz, mas a proximidade do verão ressuscita um fantasma: as tempestades responsáveis por apagões de longa duração nas grandes cidades.

No verão passado, eventos climáticos deixaram milhões de consumidores sem energia elétrica nas regiões metropolitanas de São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

Na tentativa de minimizar as chances de repetição dos problemas vividos entre o fim de 2023 e o início de 2024, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) cobrou planos de contingência das maiores distribuidoras das regiões Sul e Sudeste para enfrentar a próxima temporada de tempestades.

O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, se reuniu na semana passada com executivos de sete grandes grupos para verificar o andamento dos planos. Estiveram na sede da agência representantes da Enel São Paulo (SP), Light (RJ), Cemig (MG), Copel (PR), Celesc (SC), CEEE Equatorial (RS) e Rio Grande Energia (RS).

“O foco é melhorar os sistemas de prevenção, a estrutura logística e a preparação das equipes de manutenção das redes, bem como os sistemas de atendimento aos consumidores”, disse Feitosa.

Ele afirmou que, até o fim deste ano, a Aneel pretende aprovar um novo regulamento sobre a apresentação dos planos de contingência e resiliência climática pelas distribuidoras.

Para a próxima temporada de chuvas, apesar da ausência de obrigatoriedade, os planos estão sendo levados voluntariamente à agência. “Esse procedimento vai se tornar uma rotina, a exemplo do que temos para o período de queimadas, quando as empresas já apresentam suas ações à Aneel”, afirmou o diretor.

Os planos de contingência buscam organizar e agilizar ações necessárias para o enfrentamento às emergências, minimizando as consequências negativas. Um dos pontos enfatizados por Feitosa é a comunicação com os consumidores.

No último verão, houve críticas à dificuldade de atendimento telefônico pelas distribuidoras e à demora no restabelecimento do serviço. Para o diretor, é fundamental que as empresas deem previsibilidade e estimativas reais de retorno do fornecimento em caso de apagões, a fim de reduzir a ansiedade e a insatisfação dos consumidores.

No primeiro semestre, a Aneel realizou uma tomada de subsídios para elaborar uma proposta de regulamento, que ainda não teve sua versão inicial divulgada e deverá passar por audiência pública. Na tomada de subsídios, a Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) fez algumas observações.

Para a entidade, os planos de contingência devem ser definidos por cada empresa levando em conta as particularidades e análises de riscos climáticos de cada área de concessão, sem a regulamentação de diretrizes mínimas pela Aneel.

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