A Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou, na tarde de hoje, que já chega a 16 número de cidades afetadas pela estiagem. Boqueirão do Leão e Vale do Sol foram as últimas a entrar para a relação. Outras 12 também relataram prejuízos em decorrência da falta de chuvas, ainda que não tenham emitido o decreto. A maior parte dos municípios afetados fica na Costa Doce e no Vale do Rio Pardo.
O governo, que ainda não homologou os pedidos, ressalta que os registros de emergência devem se dar por falta de água para consumo humano e prejuízos a pequenos agricultores, que tiveram a subsistência ameaçada. Uma vez decretada a situação de emergência, o prazo é de 20 dias para a cidade concluir o processo com o envio da documentação.
O clima quente e seco, para os especialistas, está dentro da média prevista para o período. Mesmo com a garantia de abastecimento de água em um primeiro momento, a Defesa recomenda a manutenção do uso racional e econômico da água, uma vez que o quadro pode ser alterado durante a estação.
Perdas no campo
Os agricultores, entretanto, já vem apresentando perdas. De acordo com a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), até este momento, as quebras nas lavouras de soja vêm sendo estimadas em 13%, enquanto no milho o índice chega a 33%. No milho, a redução pode ser de cerca de 1,879 milhão de toneladas, enquanto na soja o valor chega a aproximadamente 2,490 milhões.
Além disso, a estiagem também deve impactar a produção gaúcha de leite. Na avaliação da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), com a seca afetando o milho, as folhagens sem o grão ou com péssima qualidade comprometem a alimentação bovina. A entidade já vem recebendo a manifestação de produtores de leite sobre o tema.