Rio Grande do Sul
Bandeira preta atinge todas as regiões do Rio Grande do Sul
A vigência da classificação definitiva foi antecipada para a 0h de sábado (27).
A 43ª rodada do Distanciamento Controla confirmou o que o governador Eduardo Leite havia antecipado na quinta-feira (25): todo o Rio Grande do Sul está em bandeira preta. Divulgado nesta sexta-feira (26), o cálculo dos indicadores de velocidade de propagação do coronavírus e capacidade de atendimento hospitalar resultou em média final superior a 2,50, o que representa o nível mais alto previsto no sistema, em todas as 21 regiões Covid.
Nesta rodada, excepcionalmente, não haverá mapa preliminar. A vigência da classificação definitiva foi antecipada para a 0h de sábado (27) e as novas bandeiras serão válidas até as 23h59 do domingo seguinte (7) – mesmo prazo estabelecido para a suspensão da cogestão e das atividades não essenciais entre 20h e 5h, diz publicação do jornal O Sul. As novas regras serão publicadas em decreto.
Antes disso, o governador irá se reunir com prefeitos, líderes regionais, representantes setoriais e chefes de Poderes para avaliar os resultados das restrições estabelecidas para conter a acelerada curva de contaminação no Estado, que levou a um esgotamento da capacidade hospitalar.
“O ritmo tão acelerado de internações reflete uma circulação maior do vírus, que gera uma taxa de contágio que é a maior desde o início da pandemia. Precisamos derrubar essa taxa de contágio. Não adianta fazer protocolos mais singelos de restrição porque, na verdade, todos os protocolos – máscara, álcool em gel, distanciamento nas filas – ajudam a reduzir o risco, mas não o eliminam. Então, precisamos fazer algo mais rígido, para poder reduzir mais fortemente o risco de contágio ao longo desta semana”, afirmou Leite.
Conforme os dados analisados nesta 43ª semana, houve forte elevação em todos os indicadores a nível estadual, com destaque para o aumento no número de internados em leitos clínicos (+64%), em UTIs (+36%) e nos óbitos (+48%). O crescimento mais expressivo é de novos registros de hospitalizações por Covid-19 nos últimos sete dias, comparado com a semana anterior: aumento de 204%.
Leitos
Mesmo considerando o aumento no número total de leitos de UTI existentes, a elevação dos pacientes confirmados com Covid em UTI fez com que a razão de leitos livres para cada ocupado por Covid-19 reduzisse novamente de forma expressiva, alcançando o menor valor desde o início da pandemia: 0,17, acionando a nova salvaguarda de bandeira preta em todas as regiões do Estado.
Ou seja, mesmo se alguma região apresentasse uma nota compatível com a bandeira vermelha, laranja ou amarela, acabaria sendo classificada em risco altíssimo. Criada na quinta-feira (25/2), a regra impõe bandeira preta a todas as 21 regiões caso a razão no Estado de leitos livres de UTI sobre leitos ocupados por Covid em UTI estiver menor ou igual a 0,35. O resultado, nesta rodada, é metade do índice.
Conforme o Gabinete de Crise, o ajuste no modelo foi necessário, pois, quando a capacidade hospitalar está próxima do limite, alguns dados podem sofrer atrasos de preenchimento devido à sobrecarga das equipes e, além disso, os indicadores de “velocidade do avanço” e de “variação da capacidade de atendimento” se tornam prejudicados – uma vez que, mesmo havendo demanda por leitos, podem não ser preenchidos devido à lotação das áreas Covid dos hospitais.
Destaques regionais
Na 43ª rodada do Distanciamento Controlado, 10 das 21 regiões apresentaram elevação do nível de risco, passando da bandeira vermelha para a preta: Santa Maria, Uruguaiana, Guaíba, Santo ngelo, Cruz Alta, Ijuí, Santa Rosa, Pelotas, Bagé e Cachoeira do Sul.
As regiões Covid de Capão da Canoa, Taquara, Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre, Palmeira das Missões, Erechim, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul e Lajeado já haviam sido classificadas na bandeira preta na região anterior. A diferença, nesta semana, é que elas não poderão adotar a cogestão, que está suspensa, sendo obrigadas a adotarem os protocolos estaduais de bandeira preta.
Entre todas as regiões, nesta rodada, a média final mais alta, de 2,90, foi registrada na região Covid de Santa Cruz do Sul. A mais baixa, de 2,51, está presente nas regiões de Uruguaiana e Santa Maria. Lembrando que qualquer índice superior a 2,50 fica enquadrado na bandeira preta.
Medidas para o enfrentamento à pandemia
Na quinta-feira (25), o governador Eduardo Leite anunciou a suspensão da cogestão regional, que permitia que as regiões, em consenso, adotassem protocolos próprios, desde que não menos rígidos que os de bandeira imediatamente inferior (por exemplo, regiões em bandeira vermelha devem adotar medidas tão ou mais rígidas quanto às de bandeira laranja). A suspensão da cogestão será mantida pelo menos até o dia 7 de março.
Excepcionalmente nesta rodada, o governo do Estado não aceitará recursos enviados por municípios ou associações regionais. Sendo assim, tampouco haverá divulgação de mapa definitivo na segunda-feira (1°/3), na medida em que os protocolos de bandeira preta já estarão vigentes a partir deste sábado (27) em todas as regiões.
Além disso, na 43ª rodada, os municípios que não registraram óbitos nem internações nos últimos 14 dias também não poderão se beneficiar da Regra 0-0.
Em resumo, não há exceções para nenhum município ou região neste momento, o mais crítico da pandemia no Rio Grande do Sul até agora. Todas as 21 regiões com os seus 497 municípios devem seguir protocolos de bandeira preta.
Há, ainda, a suspensão geral de atividades em todas as regiões das 20h às 5h. O decreto que estabelece essa restrição vigora pelo menos até as 5h do dia 2 de março. O governo ainda estuda a prorrogação da medida.
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