Educação

Bolsonaro apresenta queixa-crime no Supremo contra Lula

A defesa de Bolsonaro afirmou que o petista teve a intenção de atingir pessoalmente a honra do ex-presidente.

Por O Sul Publicado em 24/10/2023 21:50 - Atualizado em 03/06/2024 13:52

O ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou nesta terça-feira (24) queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) acusando o presidente Lula de injúria e difamação, por declarações sobre uma mansão do irmão do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. As informações são da CNN Brasil.

A defesa de Bolsonaro afirmou que o petista teve a intenção de atingir pessoalmente a honra do ex-presidente, “como vem fazendo desde que assumiu seu mandato”. A fala em questão foi feita por Lula em maio deste ano, durante evento de lançamento da Lei Paulo Gustavo, em Salvador (BA). Na ocasião, ele fez uma ligação entre Bolsonaro e uma mansão milionária nos Estados Unidos que, para ele, seria de Mauro Cid.

“Agora mesmo, acabaram de descobrir uma casa, uma casa de US$ 8 milhões do ajudante de ordem do Bolsonaro. Certamente, uma casa de 8 milhões de dólares não é para o ajudante de ordem; certamente, é para o paladino da discórdia; o paladino da ignorância; o paladino do negacionismo”, disse Lula.

Na época, Bolsonaro negou à CNN que tenha uma casa nos Estados Unidos em nome de Cid, e disse que processaria Lula. Na queixa, o ex-presidente pede que Lula seja obrigado a publicar uma retratação em seus perfis nas redes sociais. Bolsonaro também quer que o presidente seja processado por injúria e difamação.

Segundo a defesa do ex-presidente, “apesar da maliciosa cautela de Lula em não mencionar expressamente o nome do autor [Bolsonaro], muito provavelmente a fim de evitar qualquer responsabilização jurídica, seja ela cível ou criminal, é inegável que a intenção por trás da fala do ora Presidente da República era atingir pessoalmente o QUERELANTE e sua honra, como vem fazendo desde que assumiu seu mandato”.

Conforme os advogados, “não há e nem nunca houve” qualquer relação de Bolsonaro com o imóvel. A defesa ainda afirmou que a mansão foi comprada por US$ 1,7 milhão em nome de uma empresa do irmão de Mauro Cid, o empresário Daniel Cid, no sul da Califórnia.

Por fim, disseram que o patrimônio de Daniel Cid “não foi construído subitamente e muito menos de forma escusa” e está baseado em um “extenso histórico profissional” que não tem qualquer relação com Mauro Cid ou Bolsonaro.

“A fantasiosa hipótese que Lula pretendeu sugerir aos ali presentes e à sociedade brasileira em geral – haja vista se tratar de evento televisionado e imagens amplamente repercutidas e compartilhadas nas redes sociais – é absolutamente inverídica, retratando, assim, vil rumor, com o único objetivo de atingir a honra e a imagem do querelante [Bolsonaro]”.

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