Saúde
Brasil enfrenta desabastecimento de remédios contra a hanseníase
Mais de 40 mil brasileiros realizam tratamento contra a hanseníase.
Municípios de pelo menos 18 Estados brasileiros estão sem os remédios usados para tratar a hanseníase: uma combinação de três antibióticos chamados de poliquimioterapia ou PQT.
O dado foi divulgado pelo Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase), que reuniu, nos últimos 15 dias, mais de cem relatos de pacientes que estão desde o segundo semestre de 2020 sem tratamento.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu um alerta aos governos que dependem da importação da poliquimioterapia, caso do Brasil, em dezembro de 2019. Outros alertas e recomendações foram emitidas pela ONU (Organização das Nações Unidas) diretamente ao governo brasileiro desde então. Segundo a ONU, o Ministério da Saúde apenas tem respondido que cuida do caso.
As entidades nacionais ligadas à hanseníase também têm se mobilizado para pressionar o Ministério da Saúde há mais de seis meses. Em agosto, tanto o Morhan quanto a SBH (Sociedade Brasileira de Hansenologia) realizaram audiência com o MPF (Ministério Público Federal) para relatar a crise.
“Começamos a receber tanta denúncia de pessoas com o tratamento interrompido que abrimos um formulário on-line para receber os relatos. No dia 27 de janeiro, lançamos uma petição para pressionar o governo mais uma vez”, explicou o coordenador do Morhan, Artur Custodio.
Mais de 40 mil brasileiros realizam tratamento contra a hanseníase e dependem desses remédios, segundo dados do Ministério da Saúde.
Os sintomas da doença aparecem, principalmente, nas extremidades das mãos e dos pés, no rosto, orelhas, nádegas, costas e pernas. São manchas esbranquiçadas, amarronzadas ou avermelhadas, com perda de sensibilidade ao calor, ao toque e à dor.