Economia

Brasileiros ainda emitem 200 milhões de cheques ao ano, diz Banco Central

Neste ano até maio, mesmo com a disseminação do Pix, foram 76 milhões de folhas emitidas.

Por O Sul Publicado em 17/07/2022 20:31 - Atualizado em 03/06/2024 11:16

Levantamento do Banco Central mostra que o advento do Pix, no fim de 2020, ajudou a reduzir a circulação de cheques, mas o número de compensação segue firme especialmente em municípios menores, com forte presença do agronegócio. Em 2020, foram compensados 287 milhões de cheques, volume que caiu para 219 milhões em 2021. Neste ano até maio, mesmo com a disseminação do Pix, foram 76 milhões de folhas emitidas.

O diretor adjunto de Serviços da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Walter Faria, reconhece que esse instrumento de pagamento continua relevante no País, especialmente onde a internet é intermitente. “Alguns comerciantes, por exemplo, ainda pedem o cheque. Eles ainda endossam o cheque e o repassam, funcionando como se fosse um crédito”, afirma Faria, embora acredite que, com o avanço da bancarização e da melhora do sinal da internet, o uso do cheque seguirá caindo.

Com o pré-datado, o cheque ocupa um espaço que outros meios ainda não entraram. Professor da Escola de Economia da FGV, Joelson Sampaio diz que o cheque permite ao comerciante a programação de pagamentos. “Isso os ajuda no controle financeiro de seus negócios. Isso ajuda a explicar o porquê de o cheque ainda ser muito utilizado, apesar do avanço dos cartões e do Pix”, diz.

Fabricação

A impressão de produtos bancários, como os cheques, já representou 40% do faturamento da Valid. Hoje, a fatia é de 3%. A empresa, conhecida pela confecção do RG e CNH, produz em sua fábrica de Sorocaba (SP) cerca de 3,5 milhões de cheques ao ano. Na mesma fábrica, também produz alguns documentos bancários, como as eventuais cartas enviadas por bancos, além de boletos.

Em relação aos cheques, conta o presidente da Valid, Ivan Murias, são quatro modelos que saem da fábrica. O primeiro é o cheque domiciliar, que é quando o cliente recebe o talão em casa. O segundo é aquele que o cliente pode imprimir nos caixas eletrônicos. O terceiro é o administrativo, de alto valor, muitas vezes utilizado na compra de um imóvel, que sai da agência já emitido e com saldo aprovado.

O último modelo é chamado de formulário contínuo, muito utilizado em escritórios de contabilidade, onde os cheques são preenchidos em uma impressora com uma cópia. O volume, nos dois últimos modelos, é menor, mas estável, comenta Murias.

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