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A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) apresentou, nesta quinta (13/4), em café da manhã com a imprensa, os resultados da missão do Rio Grande do Sul à China, realizada entre 25 de março e 4 de abril. A comitiva chefiada pelo diretor do Departamento de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais (DPCI) da Sedec, Evaldo da Silva Júnior, passou por Pequim, Xiamen e Shangai, obtendo avanços nas agendas que pautaram a viagem e despertando o interesse de empresários chineses, que devem visitar o Estado ainda este ano.
A missão foi dividida em duas etapas. Em um primeiro momento, o Rio Grande do Sul integrou a delegação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Pequim. Após o término dos trabalhos da pasta do governo federal, a representação do Estado seguiu em missão independente, visitando Xiamen e Xangai, buscando consolidar os pleitos gaúchos e atrair investimentos. Ao todo foram 14 reuniões com 30 empresas diferentes. O Rio Grande do Sul buscava a habilitação de seis frigoríficos (um de bovinos e cinco de aves) como exportadores para o país asiático, a sondagem sobre as possibilidades do mercado de noz pecan e o reconhecimento do Estado como zona livre de aftosa sem vacinação.
O titular da Sedec, Ernani Polo, explicou que 40 frigoríficos brasileiros iniciaram o processo de habilitação nos últimos tempos e que nove haviam avançado no processo, entre eles o Frigorifico Silva, de Santa Maria, cujo foco é o abate de bovinos. “A expectativa é que o anúncio da habilitação aconteça na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em missão na China”, afirmou Polo. No caso do frigorífico Languiru, a planta terá que passar por mais uma inspeção sanitária pelo órgão chinês responsável por esse tipo de avaliação. “Os chineses são muito minuciosos e analíticos, então, esse tipo de exigência faz parte do processo”, explicou.
Quanto à validação do status sanitário do Rio Grande do Sul como zona livre de aftosa sem vacinação, Polo disse que a documentação já está pronta. “Falta somente a assinatura da China, que aguarda apenas o cumprimento de um protocolo interno, uma vez que o Rio Grande do Sul tem o reconhecimento pela Organização Mundial da Saúde Animal desde 2021”, ressaltou.
Os empresários chineses também mostraram interesse no mercado de noz pecan. “Temos que iniciar o preparo da documentação exigida. A missão ajudou a reforçar a nossa disponibilidade, mas sabemos que ainda temos um caminho a percorrer”, explicou.
Por fim, Polo destacou que o relacionamento com a China é uma construção gradativa e que os avanços são uma consequência natural. Silva Júnior corroborou essa percepção. “Os chineses têm total confiança sobre o serviço de defesa agropecuária do Brasil, porque essa relação foi consolidada ao longo dos anos”, disse o diretor.
Silva Júnior avaliou positivamente a viagem. “Os chineses ainda pensam mais em São Paulo e Rio de Janeiro quando se fala no Brasil. Eles ainda não conhecem muito bem o nosso Estado e a nossa força. Estar lá abriu possibilidades que devem se concretizar ainda neste ano. Não podemos perder o contato com eles, pois há muita disponibilidade financeira e interesse em investir. Temos que aproveitar este momento e potencializar as indústrias no Estado”, constatou.
Como outro resultado da missão, três grupos empresariais chineses visitarão o Rio Grande do Sul ainda este ano. Um deles representa a estatal ITG Group, de Xiamen, e deve visitar o Estado entre o final de abril e o início de maio. A empresa é dona de 60% da Tianjiao Foods, que negocia a compra da Languiru. “Eles iriam instalar o escritório em São Paulo, mas mudaram de ideia quando apresentei o Estado e mostrei as vantagens estratégicas, como a localização geográfica no Mercosul”, relatou Silva Júnior.
O grupo Huayuan, de Shangai, participa da coordenação do Comitê China Europe Express Transport de trens de carga. Atualmente, eles estão construindo nove rotas ferroviárias internacionais, ligando a China à Europa e passando por 12 países. O grupo deve visitar o Estado entre julho e agosto.
Finalmente, o grupo Xiangyu Logistics Group Corporation e Xiangyu Frozen Food Co. Ltd, de Xiamen, cujo foco é a proteína animal, manifestou interesse em importar produtos do Rio Grande do Sul e consideram a possibilidade de realizar investimento estrangeiro direto em plantas frigoríficas gaúchas, por meio de uma de suas subsidiárias. A delegação do grupo também deve vir ao Estado entre julho e agosto.
