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Reprodução
Saúde

Ciência investiga os benefícios e cuidados com o jejum intermitente

Pesquisas recentes têm demonstrado outros benefícios desse tipo de dieta, além do emagrecimento.

O Sul
por  O Sul
21/12/2022 11:41 – atualizado há 1 ano
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O jejum intermitente, que consiste em alternar períodos sem comer e se alimentando, é conhecido e praticado principalmente entre as pessoas que almejam perder peso. Porém, pesquisas recentes têm demonstrado outros benefícios desse tipo de dieta: ela também pode ajudar a evitar e a reduzir impactos de doenças como diabetes, câncer e até a covid.

No mais recente estudo, divulgado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, foi constatado que indivíduos que adotaram esse tipo de regime alcançaram a remissão completa do diabetes tipo 2 por, pelo menos, um ano após interromper a medicação para a doença metabólica.

Os pesquisadores de instituições da China e dos Estados Unidos propuseram a dieta durante três meses para 36 pessoas com diabetes. No período, os participantes seguiram seis ciclos de 15 dias de jejum. Em cada etapa, receberam uma dieta com cinco dias de jejum com cerca de 840kcal por dia. Os pacientes receberam kits de comida e foram instruídos a escolher um horário habitual entre 6h30min e 8h30min para iniciar o desjejum, além de consumir o almoço e o jantar das 11h às 13h e das 17h às 19h, respectivamente.

Depois do período, cerca de 90% reduziram a ingestão de remédios prescritos para tratar a doença. Além disso, 55% tiveram remissão do diabetes – quando ele fica sob controle sem o uso da medicação. Para os autores, as respostas obtidas desafiam a visão convencional de que essa condição só pode ser alcançada nos casos em que a doença é mais recente, quando diagnosticada há até seis anos. Na pesquisa, 65% dos participantes que alcançaram a remissão do diabetes tinham mais de seis anos de diagnóstico.

“Os medicamentos de diabetes são caros e uma barreira para muitos pacientes que estão tentando controlá-lo com eficácia. Nosso estudo viu os custos com medicamentos diminuírem em 77% em pessoas com diabetes após o jejum intermitente”, detalha o autor da pesquisa, Dongbo Liu, da Hunan Agricultural University in Changsha, na China.

Médico pós-graduando em nutrologia, Hugo Gatto pondera que a remissão da doença pode não ser duradoura. “Levando em consideração que esse tipo de jejum não assegura o estilo de vida do paciente como um todo, ele não pode garantir a remissão permanente da diabetes tipo 2”, justifica.

Câncer

Pesquisadores do Centro Nacional de Investigações Oncológicas (CNIO), na Espanha, também apresentaram resultados de um estudo com jejum intermitente que foge dos padrões. De acordo com o artigo, apresentado em um congresso sobre dieta e câncer do CNIO, os hábitos alimentares estão por trás dos tipos mais comuns de tumores, principalmente gastrointestinais, de mama ou próstata.

Eles propõem uma “mudança de paradigma” para enfrentar esses tumores. “Atuar na nutrição não apenas para prevenir o câncer, mas como uma intervenção terapêutica. Não se trata de curar a doença através da dieta, mas de complementar o tratamento com estratégias nutricionais precisas”, diz, em nota, Marcos Malumes e Nabil Djouder, autores do estudo.

Valter Longo, do Instituto de Oncologia Molecular da Itália e também autor da pesquisa, explica que eles conseguiram esclarecer o que acontece nas células durante o jejum e por que isso pode ajudar a interromper os tumores. “As células tumorais não sabem como parar seu ciclo, elas estão funcionando continuamente. Já as saudáveis, se você corta o fornecimento de energia, elas param automaticamente todos os processos de divisão”, assinala.

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