Defesa de Bolsonaro critica prisão preventiva e alega risco à saúde do ex-presidente
Advogados afirmam que decisão do STF causa “perplexidade”, contestam fundamento baseado em vigília e dizem que violação da tornozeleira não justifica a prisão, enquanto Moraes aponta risco de fuga.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, em nota, que a prisão preventiva decretada na manhã deste sábado “causa profunda perplexidade”. O advogado Celso Vilardi destacou que Bolsonaro foi detido em casa, onde já usava tornozeleira eletrônica e estava sob constante vigilância das autoridades.
Segundo Vilardi, o ex-presidente possui um “estado de saúde delicado”, o que, na visão da defesa, torna a prisão um risco à sua integridade física. Ele acrescentou que os advogados irão apresentar o recurso cabível. A nota também critica o fundamento da decisão, argumentando que a prisão estaria baseada “em uma vigília de orações” e lembrando que a Constituição de 1988 assegura o direito de reunião e a liberdade religiosa.

Prisão preventiva
A prisão preventiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a convocação de uma vigília marcada para este sábado (22) nas proximidades da residência onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar.
De acordo com Moraes, o evento poderia gerar tumulto e até facilitar “eventual tentativa de fuga do réu”. O ministro também informou que o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal registrou uma violação na tornozeleira eletrônica de Bolsonaro na madrugada deste sábado.
Segundo a decisão, essa ocorrência reforça a suspeita de que o ex-presidente teria a intenção de romper o equipamento para tentar fugir, aproveitando-se da possível confusão provocada pela manifestação convocada por seu filho.