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Facebook enfrenta maior "blackout" da história, aponta especialista

Arthur Igreja, especialista em tecnologia e segurança digital e professor convidado da FGV lembra que “blackouts” do sistema da empresa de tecnologia já ocorreram, mas nunca duraram mais de duas horas.

Por AE - Agência Estado Publicado em 04/10/2021 21:07 - Atualizado em 31/07/2024 09:20

O Facebook enfrentou, nesta segunda-feira, a queda de sistema mais importante da história da rede social, aponta Arthur Igreja, especialista em tecnologia e segurança digital e professor convidado da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele lembra que “blackouts” do sistema da empresa de tecnologia já ocorreram, mas nunca duraram mais de duas horas.

Mark Zuckerberg perde quase US$ 6 bilhões em um dia.

“[As quedas] já aconteceram várias vezes, mas normalmente o tempo de recuperação é de uma hora, no máximo duas horas. Nós estamos vivenciando algo que está ultrapassando esse tempo, então chama a atenção por não ser algo pequeno.”

Segundo Arthur, não há como indicar no momento o motivo exato para a queda das redes sociais do Facebook, mas especula possíveis falhas nos servidores.

“Nós podemos ter falha em alguma atualização, problemas nos servidores de sustentação — algo que já aconteceu outras vezes — e historicamente o problema mais comum, que é o problema de DNS.”

O DNS é uma espécie de agenda de contatos da internet, que assim como a agenda de telefones do nosso celular, dá nome aos números para facilitar a memorização dos dados. Quando abrimos uma aba no navegador e digitamos o endereço, automaticamente o sistema transforma aquelas palavras em uma sequência de números.

Quando há problema no DNS, o endereço do site não consegue encontrar o número correspondente, o que impede a página de ser carregada.

O especialista também não descarta a possibilidade de um ataque hacker, apesar de acreditar que essa possibilidade é extremamente remota.

Por que o Twitter é mais estável que o Facebook?

Para Arthur, a resposta é fácil: simplicidade. Enquanto o Facebook se vale de um ecossistema extremamente complexo, com Instagram, WhatsApp e outros sites, o Twitter por si só opera um universo menor.

“A amplitude e complexidade do Twitter é sensivelmente mais simples, se pudermos falar desta maneira. Já o Facebook trabalha com todo esse mecanismo extremamente delicado, de muitos aplicativos dentro de um ecossistema que está todo entrelaçado.”

Ainda segundo Arthur, servidores reservas não conseguem evitar falhas como a de hoje, já que o problema, provavelmente, se trata de rotas de acesso. Como exemplo, o especialista explica que a queda de hoje é como uma estrada bloqueada por um acidente, onde não há como atravessar.

Apesar da queda de 5% das ações do Facebook na bolsa norte-americana, Arthur destaca que o maior prejuízo com essa falha vai ser de pequenos empresários que se valem das redes sociais para fazerem negócios.

“O maior impacto acontece nos pequenos e médios negócios que aprenderam a usar essas ferramentas para poder tocar seus negócios, especialmente na pandemia, com todo mundo fazendo mais atividades profissionais remotas”, concluiu Arthur.

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