Rio Grande do Sul

Fumaça de incêndios invade o sul do Brasil

Os impactos da fumaça sobre a agricultura são equivalentes a um dia nublado

Por Agrolink.com Publicado em 21/02/2022 20:28 - Atualizado em 03/06/2024 11:06

Nesta segunda-feira (21/02), o céu amanheceu nublado sobre o sudoeste do Rio Grande do Sul, entretanto este tempo fechado não é sinal de chuva. O ar mais denso se deve à uma espessa camada de fuligem trazida pelos ventos da região norte da Argentina e sul do Paraguai. Na imagem de satélite é possível observar uma espessa pluma acinzentada cobrindo todo o sudoeste gaúcho. Esta pluma também se mistura com as nuvens que aparecem na outra metade do estado. A diferença entre as nuvens e a fumaça é no tom de cor, a fumaça tem um aspecto mais leitoso e acinzentado/marrom, já as nuvens são brancas e brilhantes.

Estes incêndios vêm ocorrendo na região desde o início do ano. Um dos fatores que favorecem os focos é o forte calor e os baixos índices de umidade relativa do ar. Neste período de 2022 a Argentina detém o maior número de detecção de incêndios, somando mais de 10846 focos, seguido pela Venezuela com 9453 focos, Colômbia 9396, Paraguai 5633 e Brasil com 3920 de acordo com o Programa Queimadas INPE.

Imagem de satélite norte americano GOES-16 do amanhecer de segunda-feira (21/02) às 8h30 no horário de Brasília.

Porém nestes últimos dias os incêndios se concentram sobre o Paraguai e norte da Argentina. E os ventos conhecidos como Jatos de Baixos Níveis - correntes de ar que sopram de noroeste numa altitude de 1500 m - trazem toda essa fumaça da região para o sul do Brasil. Os impactos da fumaça sobre a agricultura são equivalentes a um dia nublado. Com a maior cobertura no céu, há uma barreira física que impede a chegada dos raios solares sobre a superfície, diminuindo a taxa de produção fotossintética das plantas. O maior impacto ocorre na piora da qualidade do ar e da contaminação das gotas de chuva.

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