Educação
Governo do RS e CPERS se reúnem hoje para definir retorno ou não das aulas presenciais na rede estadual
Entidades argumentam que ainda não há segurança sanitária para atividades nas escolas.
Está marcada para as 9h30min desta segunda-feira (3) uma audiência virtual no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Porto Alegre, reunindo representantes do governo gaúcho e do Sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers). Na pauta da mediação, o retorno – ou não – das aulas presenciais na rede estadual de ensino.
A condução do trabalho está sob a responsabilidade da juíza Ana Oppitz, coordenadora da unidade de conciliação. Se não houver consenso entre as partes, caberá à magistrada aceitar ou negar o pedido de suspensão das atividades “in loco” nas escolas gaúchas, conforme reivindicado por servidores da categoria.
Também foram chamados a participar integrantes da Federação dos Professores, Trabalhadores Técnicos e Administrativos e Auxiliares Empregados em Estabelecimentos de Ensino (Fetee) e da Associação Mães e Pais pela Democracia (AMPD).
A AMPD é autora do pedido de liminar que resulta, desde março, no veto à retomada das atividades nas escolas em regiões sob bandeira preta (altíssimo risco de coronavírus) no sistema de distanciamento controlado. Para contornar esse impedimento, o governo gaúcho editou decreto que coloca todo o mapa do Estado em status vermelho (alto risco).
O grupo de entidades pede novamente a suspensão das aulas presenciais, sob o argumento de que ainda não há segurança sanitária para o retorno presencial no atual momento da pandemia. Pedem também a vacinação dos profissionais da categoria para que possam trabalhar nas escolas.
O novo capítulo das tratativas sobre o assunto tem, mais uma vez, a caneta da juíza Cristina Marchesan da Silva, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre. Foi ela quem marcou a tentativa de conciliação entre as partes, sob mediação judicial.
Ao rubricar o despacho, na sexta-feira (30), Cristina sublinhou: “A despeito de o Poder Judiciário exercer a importante missão de ser o guardião dos direitos assegurados no texto constitucional, os conflitos que existem na sociedade podem ser resolvidos de forma consensual e de modo mais ágil”.
Pane no sistema
Segundo informado pela própria juíza Cristina à reportagem de “O Sul” na noite deste domingo, o agendamento da audiência on-line de mediação não foi afetado pela pane nos sistemas de informática do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), devido ao ataque hacker que causa paralisação de rotinas da Corte desde a última quarta-feira (28).
O site do órgão é mantido no ar apenas com orientações básicas. “Em razão do distanciamento social imposto pela pandemia da covid, as mediações/conciliações serão feitas de forma virtual, sem prejuízo à manutenção da modalidade, mesmo após o retorno do atendimento presencial”, garante o TJ, que acrescenta:
“Para facilitar e agilizar o aprazamento das sessões, necessário que seja informado o endereço eletrônico da solicitante e das pessoas físicas ou jurídicas solicitadas, a fim de que possam receber o link de acesso à sessão virtual. Excepcionalmente, não dispondo dos e-mails, deverá ser informado o contato telefônico ou endereço".