Rio Grande do Sul

Governo do RS prolonga bandeira preta até 21 de março em todo o Rio Grande do Sul

Cogestão no modelo de Distanciamento Controlado permanece suspenso por mais duas semanas e será retomado em 22 de março.

Por Correio do Povo Publicado em 05/03/2021 18:48 - Atualizado em 03/06/2024 09:49

Sem qualquer sinal de desaceleração no ritmo da pandemia em solo gaúcho, o Piratini decidiu, nesta sexta-feira, por manter todos os municípios em bandeira preta no Distanciamento Controlado até 21 de março. Esta será a segunda semana consecutiva que todas as regiões precisam cumprir protocolos mais rígidos de enfrentamento à Covid-19 e não podem aderir ao modelo de cogestão, que fica suspenso pelo governo estadual pelas próximas duas semanas.

Leite anunciou ainda a prorrogação da suspensão das atividades gerais entre as 20h e as 5h até 31 de março.

O anúncio da manutenção da bandeira preta ocorreu após reunião do governador Eduardo Leite com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). A partir do encontro também foi acordado, junto a gestores municipais, que haverá o retorno da cogestão a partir do dia 22 de março. Outra mudança será a alteração nos protocolos da bandeira vermelha, tornando-os mais restritivos do que os existentes.

De acordo com o governador Eduardo Leite, o calendário apresenta uma "perspectiva para quem empreende". "Tem um horizonte para se planejar. Se não há uma perspectiva de saída, não há uma disposição mais firme de contestação do empresariado", disse em transmissão ao vivo ao anunciar as medidas, nesta sexta-feira.

Nesta sexta-feira, o governador também anunciou a suspensão de vendas de itens não essenciais (como eletrodomésticos) em supermercados do Estado. A medida, que visa evitar aglomerações nos estabelecimentos, passa a valer a partir desta segunda-feira e os locais que não cumprirem sofrerão sanções.

Além disso, no Litoral, o banho de mar e prática de esportes aquáticos estão proibidos. Atividades físicas, como caminhadas e corridas na beira da praia, seguem permitidas.

Projeto Chamar 192

O governador também anunciou ampliação do atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) aos municípios gaúchos, pelo projeto intitulado Chamar 192. Hoje, 226 localidades gaúchas não contam com o serviço. A cada adesão ao projeto, o Estado pagará R$ 15 mil ao município e mais RS 30 mil para custeio, por dois meses, para que os municípios possam contratar e disponibilizar o serviço. A localidade que integrar o projeto deverá manter uma equipe com pelo menos um motorista e um técnico de enfermagem ou socorrista para o atendimento, além de aderir ao sistema do Samu pelo telefone 192.

Nesta semana, o Estado chegou a índices recordes. Na última terça-feira, pela primeira vez na pandemia, a rede hospitalar ultrapassou 100% de lotação nas UTIs – recorde que vem sendo renovado nos últimos três dias. As situações mais críticas são registradas em Porto Alegre e Região Metropolitana e no Litoral Norte. Na tarde de hoje, a ocupação estadual de UTIs é de 101,9%. Ontem, o número diário de mortes reportadas por Covid-19 também foi o maior já registrado, com 188 casos.

Na semana passada, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou o acionamento da fase 4 do Plano de Contingência do Coronavírus, que autoriza o uso de qualquer estrutura hospitalar para o atendimento de pacientes com coronavírus. A decisão sinaliza o momento mais crítico da pandemia em solo gaúcho.

Nas regras atuais de bandeira preta, o governador comunicou algumas alterações. Entre elas, estão o fechamento de áreas comuns de condomínios. A determinação abrange academias, piscinas e outros locais. Banhos de mar, rio e lagoa também ficam proibidos no risco altíssimo para Covid-19.

Um novo decreto será publicado ainda hoje.

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