Economia

Governo eleva gasto com termelétricas e conta de luz deve ficar ainda mais cara

Estimativa foi feita pelo Ministério de Minas e Energia, com base em simulações do ONS.

Por O Sul Publicado em 11/07/2021 21:00 - Atualizado em 03/06/2024 10:01

Estimativa feita pelo Ministério de Minas e Energia mostra que o aumento do uso das usinas termelétricas, provocado pelo cenário de crise hídrica, custará neste ano R$ 13,1 bilhões para os consumidores.

O número representa 45% de aumento em relação à estimativa anterior, informada em junho, que previa custo de R$ 9 bilhões. O cálculo é baseado em simulações do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e considera o uso adicional das usinas entre os meses de janeiro e novembro deste ano.

O aumento no custo da geração de energia é repassado aos consumidores por meio da bandeira tarifária, taxa extra aplicada à conta de luz. Caso a arrecadação com as bandeiras ao longo do ano não seja suficiente para cobrir os custos, a diferença é repassada para as tarifas de energia.

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O que diz o governo

O ministério de Minas e Energia e a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) informaram que as ações adotadas pelo governo para preservar a água dos reservatórios das hidrelétricas têm levado ao acionamento de mais usinas térmicas, garantindo o fornecimento de energia. Isso fez com que a previsão de custo do uso da energia térmica ao longo deste ano passasse de R$ 9 bilhões para R$ 13,1 bilhões.

“O custo adicional de despacho termelétrico esperado até novembro aumentou em razão das medidas de flexibilização adotadas, que têm permitido o maior armazenamento de água nos reservatórios e, por consequência, a maior utilização de termelétricas para atendimento à demanda do sistema”, informaram o ministério e a Câmara de Comercialização.

A geração de energia por usinas termelétricas tem batido recorde nas últimas semanas. Na sexta-feira (09), o País gerou 19,2 mil megawatts médios de energia por térmicas. O valor é recorde para a série histórica.

Bandeiras tarifárias

Desde junho, está em vigor na conta de luz a bandeira vermelha patamar 2, a mais elevada do sistema. A previsão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) é que a bandeira vigore até novembro, para cobrir os custos com o aumento da geração de energia por termelétricas.

No final de junho, a agência aprovou reajuste de 52% para a bandeira vermelha 2, que passou de uma cobrança extra de R$ 6,24 para R$ 9,49 por cada 100 kWh consumidos, valor que será cobrado em julho. Para os próximos meses, a agência discute se mantem o valor ou se aumenta para R$ 11,50 por 100 kWh consumidos.

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