Economia
IPVA 2022 ficará mais caro, com disparada dos preços dos carros
Valor do IPVA vai acompanhar a alta de preços do mercado e chegar mais caro ao consumidor em 2022.
Desde o início da pandemia, os preços dos carros novos, seminovos e usados dispararam no Brasil. Os constantes reajustes dos modelos 0-km, que recentemente fizeram o popular Volkswagen Gol chegar a R$ 86 mil em sua versão automática mais completa, acabaram por inflar também os preços dos seminovos e usados, que estão mais caros na Tabela Fipe. Mas a cereja do bolo ainda está por vir. Trata-se do IPVA 2022, que, daqui a poucos meses, chegará aos proprietários de veículos.
O cenário que se desenha é de alta na tarifa. Com a persistente falta de semicondutores, algumas montadoras estão sem produzir carros em agosto. No caso da General Motors, a escassez do componente culminou a falta de unidades em estoque dos modelos Onix e Onix Plus, dupla que, até março deste ano, era líder de mercado. Some-se a isso a disparada do dólar norte-americano. Assim, tudo aponta que um IPVA mais “salgado”.
Base de cálculo maior
O tributo é calculado com base nos preços de veículos praticados pelo varejo e medidos pela Tabela Fipe. A alta, em números, ainda não tem divulgação pela Sefaz (Secretaria da Fazenda). Afinal, os estudos saem apenas em novembro. As alíquotas são fixas, mas, com o aumento do valor de mercado, base de cálculo subirá.
O carro valorizou
Segundo a avaliação do consultor automotivo Paulo Garbossa, “o consumidor vai pagar mais porque, hoje, o carro dele vale mais que no passado”. “A gente está acostumado com a desvalorização de, ao menos, 15% do valor do carro assim que cruzamos a porta da concessionária. Contudo, recentemente, o patrimônio valorizou”, pontua Garbossa.
Garbossa conta que o mercado está seguindo, mais que nunca, a lei da oferta e da procura. Nesse sentido, “se antes os estoques das fabricantes eram para 45 dias, hoje, esse número caiu para 10 (dias)”, exemplifica. Ainda assim, ele afirma que é hora de esperar, afinal, não é possível precisar o tamanho dessa alta no mercado. “Só uma coisa é certa, não vai baixar. Isso não existe na indústria (automobilística)”, diz.