Economia
Isenção do PIS/Cofins a combustíveis pode ter impacto de R$ 17,6 bilhões
Estimativa foi feita pelo Senado e considerou impostos zerados para diesel, biodiesel, GLP e querosene de aviação
O impacto para os cofres públicos com a isenção da cobrança, até o fim deste ano, do PIS/Cofins nas operações envolvendo diesel, gás liquefeito de petróleo, querosene de aviação e biodiesel deve ser de R$ 17,6 bilhões, segundo estimativa apresentada nesta quarta-feira pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou um projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional que reduziu a zero as alíquotas dos dois impostos na comercialização dos combustíveis. Segundo a norma, a União não precisa apresentar uma alternativa para compensar a perda de arrecadação proveniente da isenção. Esse dinheiro, portanto, não deve mais retornar ao Tesouro Nacional.
O impacto fiscal apresentado pela IFI resulta da multiplicação das alíquotas pelas quantidades médias de consumo dos combustíveis entre 2019 e 2021 (no caso de diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo) e de 2018 a 2020 (no caso do querosene de aviação), considerado o período de março a dezembro.
A isenção do PIS/Cofins no diesel deve diminuir em R$ 0,33 o preço do litro do combustível. Com isso, o prejuízo estimado para a União com a alíquota a zero dos impostos pode chegar a R$ 16,2 bilhões neste ano. Já o biodiesel pode ter o valor reduzido em R$ 0,15 por litro. No ano, o impacto previsto é de mais R$ 784 milhões.
O preço do litro do querosene de aviação e do gás liquefeito de petróleo devem baixar R$ 0,01 e R$ 0,15, nessa ordem, com potencial de tirar dos cofres públicos R$ 62 milhões e R$ 495 milhões, respectivamente.
Impacto estadual
A IFI também apresentou uma estimativa do impacto aos estados com a fixação de uma alíquota do ICMS na comercialização do diesel. Segundo a lei sancionada por Bolsonaro, até o fim de 2022, a base de cálculo do imposto, para fins de substituição tributária, passa a ser a média móvel dos preços praticados ao consumidor final nos 60 meses anteriores à fixação.
Segundo a IFI, caso os estados adotem uma alíquota que reduza em R$ 0,27 por litro a carga tributária do ICMS sobre o diesel, o impacto fiscal agregado deve ser de R$ 13,3 bilhões. Desse valor, R$ 10 bilhões correspondem ao prejuízo dos estados e, R$ 3,3 bilhões, dos municípios.