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Leão do pátio: líder do MST diz que “insatisfação com o governo é grande” e cogita novas invasões

Movimento quer que o governo compre mais terras para serem destinadas à “reforma agrária”.

Por Gazeta do Povo Publicado em 24/09/2023 20:20 - Atualizado em 03/06/2024 13:51

O coordenador nacional do Movimento Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, disse neste sábado (23) que há uma grande insatisfação com o governo Lula por parte do movimento. Uma das demandas do MST desde o início do ano é que o governo compre mais terras para serem destinadas à “reforma agrária”.

Porém há um novo motivo de insatisfação: segundo Rodrigues, há lentidão na compra de produtos da agricultura familiar pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que integra o governo. O movimento esperava maior volume de compras por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – medida que aumenta as compras de alimentos de cooperativas, grande parte delas comandadas pelo MST, por órgãos públicos.

"Até agora o governo não comprou um quilo de alimento da agricultura familiar dentro do PAA. As famílias se preparam para isso, plantam com essa expectativa. A insatisfação é grande", disse à Folha de S. Paulo o líder nacional do movimento, que não descarta uma retomada de protestos dos ativistas.

"Minha preocupação é que em algum momento as famílias comecem a fazer uma reclamação nacional, indo para a estrada, parando rodovias, por exemplo. Não está prevista no momento uma jornada de ocupações, mas já há uma reclamação de que precisaremos de cinco mandatos do Lula para concluir o processo de reforma agrária", afirma.

Apesar de carregar a bandeira da reforma agrária, o MST é contra a titulação de terras públicas para os agricultores. O movimento defende que o título de terras seja coletivo e não privado – na prática, tal modelo permite muito mais espaço para que lideranças do movimento usufruam das terras e mantenham sua influência nos assentamentos. A titulação de fato, que é o que mais interessa aos pequenos produtores, é rechaçada pelo movimento, já que refletiria em um crescente declínio de poder para o grupo.

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