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Economia

Maioria das cidades tem mais beneficiários do Auxílio Brasil do que empregados formais

A situação ocorre, mais precisamente, em 2.892 das 5.570 cidades do país (51,92%), distribuídas em todas as regiões.

Gazeta do Povo
por  Gazeta do Povo
23/05/2022 11:30 – atualizado há 1 ano
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Na maior parte dos municípios brasileiros, o número de beneficiários do Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família, é superior ao total de empregados com carteira assinada. A situação ocorre, mais precisamente, em 2.892 das 5.570 cidades do país (51,92%), distribuídas em todas as regiões. A matéria é do jornal Gazeta do Povo, que pesquisou a situação em nível nacional. 

O levantamento foi feito pela Gazeta do Povo a partir de dados de março de 2022 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, e do Auxílio Brasil, do Ministério da Cidadania.

Ao todo, o Brasil tinha um estoque de 41,2 milhões de empregos formais naquele mês, enquanto o total de famílias que recebeu uma parcela do programa de distribuição de renda foi de 18 milhões.

Na quinta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou medida provisória aprovada no Congresso que estabelece piso permanente de R$ 400 para o Auxílio Brasil, um de seus principais ativos eleitorais neste ano.

Não é possível fazer a comparação do quadro com o de governos anteriores porque os critérios do benefício, instituído no fim do ano passado, mudaram em relação ao predecessor Bolsa Família. Além disso, a metodologia do Caged também passou por alterações na atual gestão.

Para o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social e fundador do Centro de Políticas Sociais, o quadro revela um desequilíbrio incapaz de se sustentar no longo prazo. “Gerar sua própria renda é mais importante, principalmente em um emprego formal, que tem qualidade e direitos associados. Você tem mais estabilidade do que se fosse informal”, diz.

Têm direito a receber o pagamento famílias em situação de extrema pobreza, ou seja, com renda mensal per capita de até R$ 105, ou de pobreza, que tenham ganhos de até R$ 210 por pessoa. Um trabalhador com carteira assinada pode entrar no Auxílio Brasil, mas, para isso, deve se enquadrar em um desses critérios.

O dado mais recente do Caged apontou saldo positivo de 136 mil empregos formais em março e 615 mil desde o início do ano. Por outro lado, o salário médio de admissão (R$ 1.872,07) teve decréscimo real (isto é, considerada a inflação) de R$ 38,72 em um mês, acumulando redução de R$ 146,54 em um ano.

Beneficiários do Auxílio Brasil são maioria em mais de 80% das cidades do Norte e Nordeste

No mapa dos municípios em que a população mais depende do Auxílio Brasil, Norte e Nordeste se destacam. Em 1.695 das 1.794 cidades nordestinas o número de beneficiários do Auxílio Brasil supera o total de empregados com carteira assinada, o que corresponde a 94,5% dos municípios. No Norte, esse índice é de 83,5%, com 376 das 450 cidades nessa situação.

Na região Sudeste, o total de famílias inscritas no programa supera o número de empregos formais em 533 dos 1.668 municípios (32%). No Centro-Oeste, são 132 das 467 cidades (28,3%). No Sul, 156 de 1.191 (13,1%).

A cidade com o maior desequilíbrio é Palestina (AL), onde 1.072 famílias receberam parcela do Auxílio Brasil em março, enquanto o estoque de carteiras de trabalho assinadas era de apenas quatro no mesmo mês. Localizado a 220 quilômetros de Maceió, o município tem população estimada de 5.061 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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