Agro
No RS, já são 209 municípios gaúchos em situação de emergência pela estiagem
Desde 6 de dezembro, 231 prefeituras relataram algum tipo de prejuízo
Chegou a 209, nesta quarta-feira, o número de cidades gaúchas pedindo socorro às autoridades em razão da estiagem. A sequência de meses sem chuva suficiente provoca perda bilionária para produtores de culturas como o milho e a soja e deixa centenas de comunidades rurais sem acesso a água potável. O grupo de cidades em situação de emergência equivale a 42% do total (497). Os decretos mais recentes vieram das prefeituras de Boa Vista do Buricá, Bossoroca, Farroupilha, Flores da Cunha, Maximiliano de Almeida e Nova Candelária.
Também aumentou para 47, nesta quarta, o número de municípios com decreto reconhecido pelo governo federal. Em nível estadual, 52 tiveram a documentação homologada pelo Palácio Piratini. Desde 6 de dezembro, 231 prefeituras relataram algum tipo de prejuízo em função da estiagem.
Na manhã desta quarta, entidades representativas da agropecuária no Rio Grande do Sul, como a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/RS), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro/RS), entregaram à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em Santo Ângelo, um documento ressaltando as dificuldades que a estiagem vem trazendo ao setor.
O ofício reforça que as perdas de produção e econômicas podem ser minoradas caso seja possível, no futuro, fazer reservação de água. As entidades dizem que, no Rio Grande do Sul, chove mais que o suficiente ao longo do ano e que, embora haja tecnologia para isso, “falta bom senso, equilíbrio e responsabilidade”. A mensagem também lamenta que “filigranas jurídicas” sejam colocadas “à frente da tragédia que é a seca para quem depende do campo em seu sustento”.
Ao visitar a propriedade da Família Segatto, no distrito de Buriti, em Santo Ângelo, onde chegou, pela manhã, para avaliar os efeitos da estiagem, a ministra afirmou que veio ao Rio Grande do Sul “não para trazer falsas esperanças, mas para ver o que é possível fazer pelo produtor”. Segundo ela, o Brasil é um país de proporções continentais, com problemas graves na agropecuária no momento, de características diferentes da seca, como as inundações na Bahia e em Minas Gerais. De acordo com ela, porém, a visita vai embasar ações de socorro “antes que a situação piore”.