Economia

O Brasil: obras paralisadas têm contratos de R$ 144 bilhões

Só as 2,3 mil obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) somam R$ 127 bilhões.

Por Lúcio Vaz/Gazeta do Povo Publicado em 22/03/2021 11:20 - Atualizado em 31/07/2024 09:20

As obras da Ferrovia Transnordestina completam 15 anos em junho. Com custo estimado em R$ 13 bilhões, o empreendimento tem apenas 54% de execução física nos seus 1,7 mil quilômetros. Hoje, aterros e viadutos apodrecem a céu aberto. Após executar 85% da primeira etapa do Complexo Petroquímico Comperj, com contrato de R$ 30 bilhões, a Petrobras concluiu que a finalização da construção da refinaria não apresenta atratividade econômica. O projeto foi totalmente reformulado.

Esses são apenas duas das maiores obras públicas que sofreram com paralisações nas últimas décadas. Só as 2,3 mil obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) somam R$ 127 bilhões. O programa foi criado no governo Lula e prosseguiu no governo Dilma Rousseff. Somando todas as obras, são R$ 144 bilhões, divididas em 14,4 mil obras, como registra levantamento de obras paralisadas feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 2019. Quase a totalidade continua inacabada. Algumas foram retomadas, mas os prejuízos decorrentes das interrupções são irrecuperáveis.

Os motivos das paralisações nas obras são a falta de recursos orçamentárias e financeiros, falhas no planejamento, erros técnicos, abandono da empresa contratada, superfaturamento de preços e casos de corrupção – muitos casos. A megalomania de alguns governantes também colabora para o desperdício.

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