Saúde

Para muitos pacientes é longo o caminho para a recuperação da Covid-19

Superar a doença não significa uma volta ao normal para muitos curados, que têm que lidar com sequelas graves.

Por Redação Publicado em 10/02/2021 16:43 - Atualizado em 03/06/2024 09:48

A infecção por coronavírus pode seguir por diversos caminhos. Tem gente que nem chega a desenvolver sintomas. Outros apresentam sinais leves, como febre, tosse e prostração, que se resolvem após alguns dias de repouso em casa. Um terceiro grupo, por sua vez, sofre com falta de ar e colapso no funcionamento dos pulmões, o que exige o uso de respiradores, remédios e até internação em UTI.

As dificuldades enfrentadas por pacientes que sobreviveram à covid-19 são comuns, devido ao tempo prolongado de internação. Tanto tempo na unidade impacta todo o organismo, que demanda terapia após a alta para se recuperar totalmente.

Para os pacientes que desenvolveram formas graves da Covid-19 e tiveram de ser internados, embora a saída do hospital seja um motivo de celebração, ainda não pode ser vista como a última etapa do tratamento.

Devido à doença, mas também aos procedimentos usados normalmente nos hospitais, como a intubação (respiração por aparelhos), é comum que os pacientes tenham sintomas de fraqueza muscular, dificuldade para engolir ou respirar, perda de peso e até mesmo transtornos emocionais.

Entre a descoberta da doença e a total recuperação, em casos graves, há um longo caminho

Sergio Popper, 60 anos, representante comercial e morador de Blumenau, recebeu o diagnóstico de Covid-19 no dia 03 de julho, dez dias depois de começar a sentir febre baixa, sintomas de gripe que foram se agravando durante a semana até evoluir para uma pneumonia. Nesse dia, ele foi internado já com o pulmão bastante comprometido e depois de dois dias no hospital precisou ser entubado.

Durante o período passou por várias complicações e necessitou de muitos aparelhos e procedimentos para seguir em frente. No dia 22 de setembro voltou a respirar sem o auxílio do respirador e no dia 30 deixou a UTI e foi para o quarto.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

Sérgio está em casa desde o dia 24 de novembro, e desde então vem recebendo acompanhamento de especialistas e realizando fisioterapia para recuperar os movimentos de dedos, pernas, braços, pescoço e demais músculos e nervos para no futuro conseguir andar novamente.

A alegria de quem conseguiu segurar a fruta com as duas mãos/Arquivo Pessoal

Segundo Luciana, esposa de Sergio, “os últimos sete meses têm sido de experiências incríveis, muitas delas super difíceis e desafiadoras”. Ela conta que no momento, “a fase é de superação, dedicação, amor, sacrifício, compreensão, determinação, perseverança, conquista, confiança e que a fé, é o que dá a força para continuar em firmes nesta luta". 

Rotina do Sergio é focada em muitos exercícios

A fonoaudióloga trabalha com exercícios para recuperar a voz. O fisioterapeuta orienta através de exercícios para recuperar os movimentos do corpo.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

Após a doença, movimentos simples como levar um talher até a boca, segurar um objeto são complexos demais para Sergio. Hoje, ele já tem firmeza para se manter sentado por mais tempo, está treinando para voltar a comer sozinho. Mas é retirado da cama com o auxílio de um aparelho pois não fica em pé, porque suas pernas e pés não estão firmes ainda.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

Outra consequência dos dias de internação são as escaras que vêm sendo tratadas com curativos diários e que estão fechando gradativamente. Hoje, Sérgio necessita de alguém para auxiliá-lo no dia a dia. Seu organismo está bastante sensível e requer muitos cuidados e isolamento. Nesse momento, o objetivo é recuperar os movimentos do seu corpo, pois sem isso é difícil responder a tantas perguntas sobre o futuro.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

Sobre a rotina pós- covid, Luciana comenta: “Se ela é simples??Não, é uma verdadeira maratona! Mas com muita GRATIDÃO vivemos um dia de cada vez e comemoramos cada conquista! E finaliza:

"Foi um milagre, o Sérgio desafiou a medicina, pois os médicos não tinham mais esperança alguma! Mas somos firmes na fé! E ele vai conseguir!"

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