Economia

Presidente do Conselho de Administração do Banco do Brasil deixa o cargo

Magalhães aponta que o motivo de não continuar no cargo se dá por conta do “descaso com que o acionista majoritário vem tratando” o Banco do Brasil

Por O Sul Publicado em 02/04/2021 08:15 - Atualizado em 03/06/2024 09:51

O BB (Banco do Brasil) anunciou na quinta-feira (1º) a saída de Hélio Magalhães e de José Guimarães Monforte do Conselho de Administração da instituição financeira. Os dois renunciaram aos cargos. Eles foram indicados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

A saída de Magalhães, que era presidente do conselho, tem efeito a partir desta sexta-feira (02), enquanto a de Monforte, como membro independente do colegiado, já ocorreu na quinta.

As renúncias vêm após ambos, além dos também conselheiros Luiz Spinola e Paulo Roberto Evangelista de Lima, terem afirmado que o indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para presidir o banco, Fausto Ribeiro, atende aos requisitos legais, mas não tem experiência em gestão para assumir a função.

Bolsonaro nomeou Ribeiro em março para suceder André Brandão, que renunciou após ter sido ameaçado de demissão pelo presidente da República, na esteira de um plano de corte de custos no BB, incluindo fechamento de agências e demissões.

Em sua carta de renúncia, Magalhães aponta que o motivo de não continuar no cargo de presidente do conselho se dá por conta do “descaso com que o acionista majoritário vem tratando” o Banco do Brasil e “outras importantes estatais de capital aberto e seus principais administradores”.

“No caso do Banco do Brasil, me refiro às tentativas de desrespeito à governança corporativa, ainda que frustradas pela atuação diligente deste conselho e pela higidez dos mecanismos de governança da companhia. Como exemplo, cito as interferências externas na execução do plano de eficiência da companhia aprovado por este Conselho e obviamente necessário para adequá-la aos novos tempos e desafios do setor. Ato contínuo, renovo meu protesto ao rito de escolha do novo presidente do banco, o qual simplesmente não considera o desejável crivo deste conselho, vez que baseado em legislação anacrônica e contrária às melhores práticas de governança em nível global”, afirmou Magalhães.

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