Rio Grande do Sul
Quase 700 pacientes aguardam por leito de UTI no RS
Pela primeira vez, taxa de ocupação das UTIs nas redes pública e privada superou os 100%; já na Capital, sobrecarga no tratamento intensivo é de mais de 113%.
O Rio Grande do Sul registrava 671 pacientes a espera de transferência para um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), na tarde desta quarta-feira. A maior quantidade de pessoas nesta condição é em Porto Alegre. Na capital, até as 15h, havia 379 pacientes aguardando por um leito de UTI, sendo 332 estava em hospitais e 47 em prontos-atendimentos ou Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Há ainda, 50 pessoas aguardando por um leito de UTI em Caxias do Sul, 21 em Canoas, 16 em Pelotas, além de outras 205, que fazem parte da Lista Central do Estado, que corresponde a 493 municípios gaúchos. (Já que POA, Pelotas, Canoas e Caxias disponibilizam os dados de maneira individual)
Essa situação é o reflexo do atual cenário da rede hospitalar no Estado, que nesta tarde, atingiu mais um recorde negativo. Pela primeira vez, as instituições públicas e privadas registram as UTIs trabalhando acima da capacidade máxima.
Até às 14h, os leitos via Sistema Único de Saúde (SUS) tinham 2300 pessoas para 2.294 leitos, fazendo com que a taxa de ocupação fosse de 100,3%. No entanto, o índice caiu para 99,7%, às 15h. Já na rede privada, a situação é ainda mais preocupante, uma vez que há 1.198 pacientes para 892 vagas, uma sobrecarga de 134,4%.
Ao todo, o Rio Grande do Sul tem 3.486 pacientes para 3.186 leitos. Com isso, o índice de ocupação das UTIs (rede pública + privada), é de 109,4%. às 15h. Desse total, 76,8% (2.681) estão relacionados ao coronavírus e 23,1% (806) recebem tratamento intensivo para outros problemas de saúde.
Já na Capital, a taxa de ocupação das UTIs é de 113,97%. São 1.150 pacientes para 1.013 leitos. Atualmente, há 872 pessoas internadas com Covid ou suspeita da doença, o que mantêm a média de que a cada quatro pacientes em tratamento intensivo no município, três estão relacionados ao coronavírus.
Neste momento, das 18 instituições monitoradas pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), 12 trabalham com as UTIs no limite ou acima da capacidade. Os piores cenários são nos hospitais: Moinhos de Vento (160,61%), Fêmina (150%), que é uma maternidade, e mesmo assim das nove pacientes, duas estão com Covid, Ernesto Dornelles (145%), São Lucas (133,90%) e o Clínicas (123,95%).
Já nos prontos-atendimentos, os quatro monitorados pela SMS, trabalham, ao menos, três vezes acima da capacidade máxima. A situação mais crítica é encontrada no Pronto Atendimento Bom Jesus (PABJ), com superlotação de 485,71%.
Com sobrecarga na rede hospitalar, Estado bate recorde no número de óbitos pela Covid
A alta taxa de ocupação das UTIs permanece um dia após o Rio Grande do Sul registrar o maior número de óbitos nas últimas 24 horas desde o início da pandemia. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), foram notificadas 502 mortes, número que representa 17,66% das 2.842 vidas perdidas, nessa terça, em decorrência da doença no Brasil.