Agro
Região de Passo Fundo registra perdas e estiagem preocupa setor agrícola
A maior preocupação está na cultura do milho
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul contabiliza, até a tarde da última sexta-feira, 151 municípios de todas as regiões gaúchas com com perdas significativas em razão da crise hídrica. O número supera em 139 o total quantificado em 27 de dezembro.
Desses, 138 já formalizaram os decretos, dos quais 53 foram homologados pelo Estado e, 35 reconhecidos pela União. Os prejuízos se avolumam em todas as regiões, atingindo especialmente a zona rural, onde provo perdas volumosas nas lavouras e afeta as pastagens. Em algumas cidades o abastecimento se dá por meio de caminhão-pipa.
De acordo com o supervisor regional e responsável pela área de culturas da Emater, Oriberto Adami, a maior preocupação está na cultura do milho. Ele ressalta que a pior situação é vivida por municípios do centro do estado, noroeste e fronteira. No entanto, a regional de Passo Fundo também contabiliza perdas.
Perdas no milho
Adami explica que existem cenários diferentes dentro da área de atuação da regional, demonstrando como as chuvas estão acontecendo de forma irregular. A Emater de Passo Fundo atende 42 municípios. De acordo com o supervisor, existe uma perda média de 30% do milho na região. No entanto, a situação é bem pior em alguns locais, como por exemplo, municípios do Alto Uruguai.
Em cidades como Machadinho, Sananduva, São João da Urtiga, a escassez de chuva causa perdas de 80% no milho. Em algumas propriedades, 100% da lavoura foi perdida. Oriberto Adami destaca que nessa região já existe um número elevado de solicitações de perícias do Proagro, exemplificando a situação delicada dos agricultores.
A região de Carazinho, Não-Me-Toque, Almirante Tamandaré do Sul, também registra perdas consideráveis. Por outro lado, cidades como Marau, Casca, Vila Maria, Ciríaco, a safra de milho será muito boa e praticamente não registrará perdas. Isso ocorre porque nessas cidades houveram chuvas mais regulares do que nos demais.
Em relação a soja, o supervisor da Emater afirma que ainda não há preocupação, pois o plantio foi mais tarde e aconteceram algumas chuvas em dezembro e janeiro que contribuíram para a cultura. No entanto, os agricultores estão atentos ao tempo para que a safra da soja salve as perdas com o milho.