Rio Grande do Sul
RS em alerta para formação de um novo ciclone a partir desta sexta-feira
Para quem mora em área de risco, orientação é buscar um local seguro na casa de familiares ou abrigos públicos, alerta Defesa Civil
A Sala de Situação da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiram alertas para chuva volumosa com risco de cheias e transtornos associados aos elevados volumes em parte do Rio Grande do Sul nos próximos dias. O período de atenção vale para sexta-feira (7) e sábado (8), dias em que a formação e avanço de uma frente fria dará origem a um ciclone extratropical próximo à costa gaúcha.
O tempo começou a mudar em parte do Rio Grande do Sul já nesta quinta-feira, tal como era previsto pela MetSul Meteorologia, mas as condições do tempo tendem a se deteriorar muito mesmo entre esta sexta e o sábado com a atuação de uma frente fria e de uma área de baixa pressão que no sábado vai dar origem a um ciclone no oceano.
A chuva muito volumosa, entretanto, está prevista para esta sexta-feira pela combinação de dois fenômenos de escala sinótica: uma frente fria que vai estar sobre o estado nesta sexta e um centro de baixa pressão que vai reforçar a instabilidade frontal.
A chuva que já atingia hoje parte do Rio Grande do Sul avança no decorrer desta sexta-feira para outras áreas, acompanhando o deslocamento da frente fria. Chove em todas as regiões e localmente são esperadas pancadas fortes a até torrenciais. Não são descartados temporais isolados. À medida que um centro de baixa pressão passa a atuar, a chuva vai ganhar muita força a partir do fim da tarde e da noite em faixa entre o Oeste, o Centro do estado, os vales, a Grande Porto Alegre, o Sul da Serra e parte do Litoral Norte. O vento sopra predominantemente fraco a moderado e se intensifica com possíveis rajadas fortes na noite de sexta para sábado no Nordeste gaúcho, junto com a chuva que será muito intensa. O tempo fica mais ventoso no sábado, quando a baixa pressão vai se transformar sobre o oceano em um ciclone extratropical, mas não intenso.
Como a MetSul Meteorologia tem informado reiteradamente desde o começo da semana, o cenário deste final de semana é muito distinto do de três semanas atrás, quando um ciclone que migrou do Sudeste do Brasil para a costa gaúcha se intensificou quase sobre a nossa orla e seguiu por horas atuando rente ao litoral, gerando chuva extrema e ventos acima de 100 km/h. Desta vez, o centro de baixa pressão segue o seu caminho normal de Oeste para Leste e vai dar origem a um ciclone mais distante da costa gaúcha e de menor intensidade que no último mês. Em junho, chuva e vento eram grandes riscos, mas desta vez o perigo maior se concentra na chuva que vai cair com volumes altos em parte do estado.
A baixa pressão que dará origem ao ciclone, entretanto, vai estar sobre o Rio Grande do Sul entre esta sexta e o sábado, gerando chuva forte e potencial para temporais isolados que podem causar vento forte em alguns pontos. O vento vai se intensificar em torno do centro de baixa pressão sobre o mar na costa gaúcha no sábado. A periferia do campo de vento forte do ciclone vai alcançar setores do Nordeste gaúcho, mas com velocidades menores do que as observadas em junho. Em Porto Alegre, o vento médio deve ficar entre 50 km/h e 70 km/h. No Litoral Norte, em média, entre 60 km/h e 80 km/h. Obviamente, em alguns pontos, por construções ou topografia que geram efeitos muito locais, rajadas mais fortes podem ocorrer.
O que preocupa mesmo é a chuva
E vai chover muito em algumas áreas numa faixa do Oeste até o Centro, o Leste e o Nordeste do estado, embora sem acumulados tão extremos em curto período como no evento de junho. Os volumes em diversas cidades devem ficar entre 50 mm e 100 mm com acumulados em alguns locais de 100 mm a 150 mm. Ou seja, apenas entre esta sexta e o sábado alguns municípios devem ter quase ou senão a média histórica de chuva de julho inteiro.
A MetSul alerta que que o período mais crítico com a instabilidade mais intensa será entre sexta à noite e a manhã do sábado, quando pode chover excessivamente em Porto Alegre, área metropolitana e nos vales, com alto risco de alagamentos e inundações, dentre outros transtornos.