Agro
RS registra perda total de lavouras de milho em função da estiagem
Média de danos é alta mas, em alguns casos, produtores não terão o que colher
A falta de chuvas no Rio Grande do Sul vai fazer com que produtores de milho do Rio Grande do Sul lembrem de 2022 como um dos piores anos da história recente. De acordo com dados da Emater/RS-Ascar, o prejuízo médio na safra do grão supera 40%, mas há áreas onde a perda chega a 100%, como em propriedades rurais do Planalto Médio.
O diretor administrativo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro), Sérgio Feltraco, relata que a paisagem na região de Soledade é desoladora. Como agrônomo, ele garante nunca tinha visto situação igual. Feltraco observa, ainda, que os grandes prejudicados são os agricultores familiares, com pequenos cultivos e, em especial, os produtores de leite.
O presidente da Associação dos Produtores de Milho do Rio Grande do Sul (Apromilho), Ricardo Meneghetti, confirma que a situação é, de fato, crítica em alguns plantios em consequência da estiagem. Ele mesmo perdeu uma lavoura inteira de 30 hectares de milho em Chiapetta, na região Noroeste.
Até o momento, 384 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul decretaram situação de emergência em razão da falta de chuvas. Desses, 311 tiveram os decretos homologados pelo governo estadual. Já o governo federal reconheceu o problema em 277 cidades, até o momento.
Só em Santo Ângelo, nas Missões, o prejuízo provocado pelo déficit hídrico passa de R$ 354 milhões, de acordo com informações divulgadas pela prefeitura do município, nesta quarta-feira. O prejuízo, calculado pela Emater, considera as lavouras de milho e soja, a produção leiteira e a bovinocultura de corte.