Política
Telegram: Bolsonaro é 13 vezes mais seguido que a soma de outros pré-candidatos
Ministro do STF determinou, nesta sexta-feira, que a operação do aplicativo de mensagens seja bloqueada no Brasil.
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), soma 1.085.714 inscritos no Telegram. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta sexta-feira o bloqueio do aplicativo no Brasil. O total de seguidores de todos os outros pré-candidatos à Presidência da República representa 7,3% (cerca de 79 mil) do número de Bolsonaro.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conta com 48,5 mil inscritos; Ciro Gomes, do PDT, com 19,3 mil; e Sergio Moro (Podemos) com 5.335. O deputado federal André Janones (Avante-MG) contabiliza 5.872. Já o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), não abriram canal no aplicativo.
Bolsonaro, filhos dele e apoiadores são defensores ferrenhos da rede social, que é criticada por não ter um controle sobre a distribuição de conteúdos ilícitos e desinformação. Além disso, diferentemente do WhatsApp, onde os grupos podem ter um número máximo de participantes e cada lista de transmissão (em que se pode enviar a mesma mensagem a várias pessoas) pode ter no máximo 256 pessoas, nos canais do Telegram não há limite.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o aplicativo seja bloqueado no Brasil. A decisão do magistrado ocorreu após diversas tentativas de contato do Judiciário brasileiro com a empresa. Moraes notificou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a fazer o bloqueio imediato do aplicativo.
O Telegram não conta com escritório em território nacional e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviou diversos ofícios solicitando reuniões com representantes da empresa para tratar sobre o combate às fake news. O ministro f multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento da decisão. Moraes também definiu que quem tentar violar as regras pode ser multado em até R$ 100 mil, seja pessoa física ou jurídica.
No início deste ano, em meio a discussões sobre a possibilidade de suspensão do Telegram, o presidente criticou e disse ser contra a medida. “A gente está vendo aqui. Covardia o que estão querendo fazer com o Brasil, né? Covardia”, disse o presidente a apoiadores. Em seguida, uma mulher afirmou que vêm tentando “cortar” a comunicação da população, ao que o presidente disse: “Não vou responder. [O Planalto] está tratando do assunto.”