Saúde

Terapia testada no Brasil permite remissão completa de tumores em apenas um mês

Paciente foi diagnosticado com câncer há 13 anos e é um dos 14 pacientes atendidos na rede pública de saúde que estão sendo acompanhados em estudos com a terapia celular CAR-T.

Por Fonte: Metrópoles Publicado em 30/05/2023 10:10 - Atualizado em 31/07/2024 09:20

Uma terapia contra o câncer que está sendo testada no Brasil permitiu que um paciente diagnosticado há 13 anos tivesse a remissão completa de tumores em apenas um mês. Ele é um dos 14 pacientes atendidos na rede pública de saúde que estão sendo acompanhados em estudos com a terapia celular CAR-T.

O paciente Paulo Peregrino, 61 anos, vivia com um linfoma há cinco anos e já tinha tido outros tumores nos últimos 13 anos. O estágio da doença já era tão avançado que ele estava prestes a ser levado aos cuidados paliativos quando foi selecionado para testar a nova técnica.

Médico Vanderson Rocha (à esq.) e Paulo Peregrino (à dir.) — Foto: Arquivo pessoal

O que é a terapia celular?

A terapia com células CAR-T é um dos avanços mais promissores da ciência no combate ao câncer. Por meio dela, as células de defesa do paciente são modificadas em laboratório para aprender a eliminar a doença. Depois, são recolocadas no organismo para que se reproduzam, potencializando o combate natural do corpo ao tumor.

Exames mostram antes e depois de câncer de paciente; à direita, imagem mostra remissão da doença — Foto: Arquivo pessoal

O método é feito para o tratamento de cânceres que atingem o sangue. No Brasil, a terapuia está sendo estudada para combater a leucemia linfoblástica B e o linfoma não-Hodgkin de células B.

Esse tratamento só existia fora do Brasil ou em escala experimental até ser implementado no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é uma iniciativa do Butantan, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e do Hemocentro de Ribeirão Preto.

O caso

Peregrino foi um dos 14 selecionados para experimentar o tratamento. O caso dele, de uma recuperação em apenas um mês, foi o de maior êxito, mas todos os pacientes estudados tiveram uma redução de seus tumores de pelo menos 60%.

“Por algumas vezes, tememos que ele não resistisse. Paulo lutou muitas batalhas. Só posso dizer que assim como ele também sou grato por estar vivendo para participar e assistir tudo isso acontecendo no Brasil”, afirmou o hematologista Vanderson Rocha, que estava à frente do caso de Peregrino, em seu Instagram.

No segundo semestre deste ano, outros 75 pacientes devem ser beneficiados pelo tratamento para que se cumpra a cota mínima para que o técnica passe a ser reconhecido pela Anvisa. Isso poderia baratear os custos da terapia, hoje em aproximadamente R$ 2 milhões para cada paciente.

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