Economia

Vendas de veículos usados no Brasil crescem 54% nos primeiros sete meses de 2021

Pandemia provocou falta de peças para veículos novos e a fila de espera pode chegar a meses.

Por O Sul Publicado em 08/08/2021 21:12 - Atualizado em 03/06/2024 10:04

A redução na produção de veículos zero quilômetro — como resultado da falta de componentes desde o ano passado — provocou uma ebulição no mercado de carros usados. Nos primeiros sete meses do ano, houve aumento de vendas de 54,7%. E diversas start-ups que vendem automóveis usados por meio de plataformas digitais estão chegando ao país de olho nesse filão.

O Brasil é um dos mercados mais atraentes no segmento: as vendas somam 12 milhões de unidades por ano e movimentam cerca de R$ 600 bilhões, em uma projeção que inclui seminovos (de até três anos) e usados com até 12 anos. É o terceiro maior mercado, atrás de Estados Unidos e China.

“O mercado de seminovos é seis vezes maior que o mercado de veículos zero quilômetro. As start-ups que atuam no segmento estão trazendo a digitalização com suas plataformas de negociação”, explica Antônio Jorge Martins, coordenador acadêmico dos Cursos Automotivos da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Reprodução

Fila de espera

Segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, a associação das montadoras, o mercado de carros novos sofre com a falta de semicondutores e componentes: “Hoje, dependendo do modelo, quem encomendar carro zero tem grande chance de só receber em 2022. Uma parte dos consumidores cancela a compra, outra entra na fila. Mas boa parte vai para o segmento de usados e seminovos. É um fenômeno que está acontecendo em outros países também, incluindo os EUA”.

No caso dos usados e seminovos, o movimento é contrário. As vendas diárias no primeiro semestre chegaram a 58.944 unidades. De janeiro a junho de 2020, as vendas somaram 36.323 unidades.

Com plataformas digitais que permitem compra, venda e troca de veículos seminovos e usados, além de novos, essas start-ups que atuam nesse segmento começaram a chegar em 2019. São uma espécie de shopping digital de veículos, que vieram com uma proposta de tornar mais simples a negociação, que sempre foi considerada burocrática.

Além de conectar consumidores, colocam no circuito os revendedores, o que amplia a oferta de produtos. Trouxeram diferenciais como revisão mecânica e elétrica para oferecer garantia de um a dois anos, o que dá mais segurança ao consumidor na hora de fechar negócio.

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