Agro

AGRO, o ‘salvador’

Por Romeo Bet, presidente da Cooperalfa

Por Romeo Bet - Pres. da Cooperalfa Publicado em 21/02/2022 08:59 - Atualizado em 03/06/2024 11:06

O agronegócio, mais uma vez, mostrou sua força. No Brasil, literalmente “salvou a pátria”, sendo o setor mais importante na geração de divisas e redução do impacto da crise sanitária. O ano de 2021, foi muito bom para o setor produtivo e ainda visualizamos oportunidades. Porém, no início de 2022, alguns fatores exigem muita cautela.

Na Cooperalfa, os negócios em 2021 fluíram bem; conseguimos manter bom engajamento do quadro social e funcional, ampliamos clientes, readequamos estratégias comerciais, observamos e participamos das inovações, mantivemos equipes e lideranças coesas, e tivemos atitude positiva para aproveitar oportunidades. Num ano trabalhoso, colhemos excelentes resultados. Agradecemos imensamente a todas as pessoas que contribuíram para que pudéssemos manter nossa essência, nossos valores, a solidez da Cooperalfa e preservamos a imagem da marca junto a sociedade.

Em relação aos investimentos, os iniciados em anos anteriores, precisam seguir seu cronograma. Contudo, na sequência, fatores como a estiagem, a insegurança política e a instabilidade do dólar, somada à queda do poder de compra da população e a elevada taxa de juros, são circunstâncias que precisam de máxima atenção em 2022 e, adiante. As ofertas de novos negócios que surgirem, serão analisadas, como sempre o fizemos, porém, o cenário atual aponta para severa observância, para evitar maus resultados ou contratempos.

Os associados produtores de grãos foram prejudicados pela estiagem nos últimos meses. A elevação dos preços dos produtos moderou as perdas causadas pelo clima, porém, os custos de implantação das lavouras subiram acima das expectativas. Nosso agricultor precisa colocar todos os números na ponta do lápis ou na tela do computador, antes de iniciar o próximo ciclo produtivo, ou mesmo outros investimentos. A Alfa não pode decidir pelo associado, mas pode ajudar nessa planificação analítica.

O desempenho do mercado de carnes influencia decisivamente na vida econômica da região atendida pela Cooperalfa. Tínhamos boas expectativas para este mercado em 2021, confirmado num primeiro semestre animador. Todavia, terminamos o ano com sérias complicações nas proteínas. A economia interna desaquecida, o mercado Chinês retraído e custos de produção elevadíssimos, nesse momento, trazem perdas relevantes ao produtor e à indústria.

Na produção de leite, como cooperativistas, precisamos externar que o produtor não está sendo adequadamente remunerado no ritmo do seu esforço e emprego de recursos. Nossa percepção, é de provável reversão desse quadro, somente se tivermos melhora de renda da população, maior eficiência do processo produtivo, agregação de valor pela industrialização e esforço para habilitar o Brasil como exportador de lácteos e seus derivados. O governo, indústria e produtor, precisam compreender os seus papéis nesse processo, que caminha firme para altíssima profissionalização de toda a cadeia.

Estamos num ano eleitoral e a falta de lideranças políticas autênticas gera insegurança. Recomendamos que avaliem os candidatos, façam escolhas conscientes, observem os projetos em favor do agro e não apenas os postulantes, que reflitam na melhora da economia e na imagem do nosso país. O cooperativismo tem feito sua parte, evoluindo em todos os ramos. O sistema cria oportunidades, desenvolve pessoas, produz confiança, gera bons resultados econômicos e maior equilíbrio social. Continuamente, por onde andamos, relembramos as pessoas que a Cooperativa jamais deve perder sua essência, ou os motivos e razões pelos quais os associados a criaram.

Por fim, dirijo-me aos jovens, filhos de associados e outros. No contexto atual, em que o agronegócio se destaca grandemente na economia do país, o novo agricultor, pecuarista e empresário rural, precisa estudar, se atualizar, tentar fazer, participar das decisões familiares, agir em parceria com seus pais, dirigir a empresa rural, modernizar, buscar novas tecnologias, sempre pensando em renda para ampliar o bem-estar seu e da família. A mão de obra qualificada é um grande desafio rural e urbano, pois a evolução tecnológica galopa sem parar. Todas as gerações devem se profissionalizar. Os novos têm mentalidade diferente e quem estiver na linha de frente, que procure adaptar-se às demandas.

Que 2022 seja de ajuda mútua, de esperança, de termos força coletiva em todas as travessias. Um forte abraço e que possamos suportar e ultrapassar as adversidades, emanados pela energia, benção e fé do Menino Jesus.

Romeo Bet é presidente da Cooperalfa, no seu 4º mandato.

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